Trabalho escravo em olaria de Uttar Pradesh, Índia. (Foto: Flickr/ILO Asia-Pacific)
“Assim como Deus libertou seu povo da escravidão no Egito, Ele os libertará quando Jesus voltar”, disse um pastor.
De acordo com as últimas “Estimativas Globais da Escravidão Moderna”, publicadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o grupo internacional de direitos humanos Walk Free, há cerca de 50 milhões de pessoas vivendo em escravidão moderna.
Essa contagem é referente ao ano de 2021, apontando que há 28 milhões de pessoas submetidas ao trabalho forçado e 22 milhões vivendo em casamentos forçados.
“É chocante que a situação da escravidão moderna não esteja melhorando”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, ao enfatizar que “nada pode justificar a persistência deste abuso fundamental dos direitos humanos”.
Como acontece a escravidão moderna
O trabalho escravo contemporâneo, conhecido como “trabalho forçado” envolve restrições à liberdade do trabalhador, onde ele é obrigado a prestar um serviço, sem receber um pagamento ou receber um valor insuficiente para suas necessidades.
Normalmente, as relações desse tipo de trabalho costumam ser ilegais e acontecem em quase todos os países do mundo, atravessando linhas étnicas, culturais e religiosas.
Relatórios apontam que 86% dos casos de trabalho forçado são encontrados no setor privado, através da “exploração sexual comercial forçada”, representando 23%, sendo que de quase 4 em cada 5 vítimas são mulheres.
O trabalho forçado, imposto pelo Estado, representa 14% — dos quais quase 1 em cada 8 crianças estão envolvidas , ou seja, cerca de 3,3 milhões de crianças.
“Sabemos o que precisa ser feito”
Considerando a necessidade de políticas e regulamentações nacionais eficazes como fundamentais, um alto funcionário da OIT disse: “Sabemos o que precisa ser feito e sabemos o que pode ser feito”.
Porém, ele explica que os governos não podem fazer nada sozinhos e que precisariam de uma base sólida por parte dos padrões internacionais, para que haja uma “abordagem prática” dos problemas.
Ele aponta para os sindicatos, organizações de empregadores, sociedade civil e pessoas comuns como tendo “papéis críticos a desempenhar nisso”.
Vulnerabilidade dos migrantes
Os trabalhadores migrantes possuem 3 vezes mais chances de estar em trabalho forçado do que outros trabalhadores adultos.
Embora a migração laboral tenha um efeito amplamente positivo sobre indivíduos, famílias, comunidades e sociedades, a migração irregular ou mal governada, ou práticas de recrutamento injustas e antiéticas, tornam os migrantes particularmente vulneráveis.
Existe uma solução?
O relatório propõe ações rápidas para acabar com a escravidão moderna, entre elas, melhorar e fazer cumprir as leis e inspeções trabalhistas, acabar com o trabalho forçado imposto pelo Estado e tomar medidas mais fortes para combater o trabalho forçado e o tráfico.
Além disso, quer estender a proteção social aumentando a idade legal do casamento para 18 anos. Outras medidas envolvem abordar o aumento do risco de tráfico e trabalho forçado para trabalhadores migrantes, promover recrutamento justo e ético e maior apoio a mulheres, meninas e indivíduos vulneráveis.
O que a Igreja pode fazer?
Allen, um parceiro da Mission Network News (MNN) conta a história de um menino de 11 anos, chamado Kassar. Ele trabalha numa das 20 mil olarias espalhadas pelo Paquistão e vive com sua família em condições extremamente difíceis.
No trabalho, eles não podem fazer pausas e nem são autorizados a sair. Mesmo trabalhando tanto, eles nunca ganham o suficiente para pagar suas dívidas. São trabalhadores escravos.
De acordo com Allen, um pastor chamado Naveen, plantou várias igrejas nas imediações das olarias e o pai de Kassar ganhou uma Bíblia em áudio junto de um dispositivo MP3.
Agora, mesmo enquanto trabalham juntos sob o sol, pai, mãe e filhos são edificados ao ouvir as Escrituras em seu próprio idioma. Allen observou: “Assim como Deus libertou seu povo da escravidão no Egito, Ele os libertará de toda escravidão quando Jesus voltar”.
“O livro de Êxodo é sobre trabalhadores de olarias e sua libertação. Quando Jesus pegou o rolo da Torá e o leu, Ele mencionou que parte de Seu propósito era libertar os cativos, anunciar o ano do Jubileu. Peça a Deus para libertar escravos em todo o mundo”, concluiu.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE ONU E MNN