por Rev. Fábio Ribas | ministeriofamiliaribas@gmail.com
“Sou seguidora de Jeová… Sou Testemunha de Jeová”, disse-nos a indígena que sequer dominava bem a língua portuguesa, mas que há meses recebia em sua casa um TJ para estudar com ela. Enquanto isso, missionários evangélicos temerosos em falar de Jesus aguardavam que ao menos o Evangelho de Lucas estivesse traduzido para, então, iniciarem a evangelização.
Se a Igreja não estiver pronta a ensinar, tenha a certeza de que outros ocuparão o lugar que ela negligencia assumir. “Como poderei entender, se alguém não me ensinar?” ainda é a resposta inquisidora do mundo à Igreja de Jesus Cristo, que tem levado a Bíblia às diversas culturas e línguas espalhadas pelo planeta. Todavia, a despeito do necessário e enorme esforço da Igreja em traduzir o texto bíblico, só isso não basta.
Como já observou certo missionário: “antes havia povos sem Bíblia e hoje há Bíblias sem povos”. Os campos necessitam de missionários muitíssimo bem preparados, porque Bíblias se encontram mofadas por não haver quem saiba ensiná-las respeitando os contextos de aprendizado culturais e enfrentando, muitas vezes, culturas orais ou de baixíssimo grau de escolaridade.
Mesmo em culturas letradas e simpatizantes ao aprendizado das Sagradas Escrituras, como foi o caso do homem etíope abordado por Filipe (Atos 8:27), um livro como a Bíblia precisa ser apresentado a partir de um “roteiro de leitura” contextualizada. “O Espírito Santo vai ensinar” é a exclamação dos modernos espirituais de Corinto. Ao que eu sempre respondo: “Larga de ser preguiçoso e vai estudar a Bíblia e a cultura de quem você quer evangelizar, porque, sim, o Espírito Santo irá fazer a obra, mas é usando você como instrumento!”
No Brasil, nas grandes cidades e grandes igrejas, encontramos pastores, presbíteros, mestres e doutores capacitados, mas, infelizmente, muitos não possuem a mínima sensibilidade de que o campo também precisa de missionários bem preparados para ensinar.
Nós precisamos, seguindo o exemplo da Igreja em Antioquia (Atos 13), enviar o que há de melhor no nosso aprisco aos campos que exigem de nós uma resposta: “Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro?”.
Precisamos de obreiros que, seguindo o exemplo de Filipe, subam o carro e viajem com o outro, trazendo-o para perto de si e amando-o como pessoa, ensinando a Escritura até o momento em que se assuma um compromisso com Cristo e, finalmente, seja-nos perguntado: “O que me impede de ser batizado?”. Enfim, precisamos não apenas ensiná-los, mas ensiná-los a ensinar! Os Campos clamam por “Filipes”, mas quem irá? Quem os enviará?
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