Desenvolvimento Sustentável: um código para a reorganização da sociedade humana

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Pare, leia e pense!!!

Por Tom DeWeese [*]

Está em todas as comunidades da nação. Nós ouvimos falar sobre isso em audiências públicas de câmaras municipais e em assembleias estaduais. É usado até mesmo em propagandas, como uma prática positiva para o processamento de alimentos e vendas de automóveis. Também é usado como modelo para materiais de construção, fontes de energia e política de transporte. É vendido como um plano corajoso e visionário para o futuro. A nação está sendo transformada sob a bandeira do “Desenvolvimento Sustentável”.

As autoridades eleitas nos asseguram que o Desenvolvimento Sustentável é simplesmente uma ferramenta, ou uma diretriz, para ajudar a direcionar um crescimento cuidadosamente planejado para nossas cidades e áreas rurais, enquanto protegemos nossos recursos naturais para as gerações futuras. “Nós devemos nos precaver contra o crescimento caótico e desregulado das nossas cidades”, dizem seus “sinceros” proponentes ao venderem o conceito através de palavras familiares e inofensivas e imagens bonitas.

Líderes comunitários asseguram aos cidadãos que todos esses planos são única e exclusivamente locais, criados com a participação de toda a comunidade. A política de Desenvolvimento Sustentável, eles dizem, é apenas uma política de conservação de áreas ambientais; uma política de desenvolvimento sensata. Sustentável… o que há de errado nisso?

Como sempre, as respostas estão escondidas nos detalhes. Nós estamos ouvindo a verdade? Quais são as consequências dessa política que assumiu todos os níveis do governo? Existem perigos ocultos que a maioria não consegue ver? Ou, como seus proponentes alegam, a oposição ao Desenvolvimento Sustentável é apenas uma teoria da conspiração boba e exagerada, encontrada em um insignificante documento de vinte anos chamado Agenda 21?

A comissão de Brundtland da ONU em Governança Global descreveu Desenvolvimento Sustentável como um “Desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer as necessidades do futuro“. É apenas senso comum garantir que não usaremos nossos recursos em excesso, dizem os proponentes. Se todos fizerem sua parte, nós podemos alcançar a sustentabilidade total.

Há alguns anos atrás, em 1992 na Cúpula da Terra da ONU, 50.000 delegados aprovaram um plano descrevendo com muitos detalhes como atender essas necessidades futuras. Eles emitiram um documento chamado Agenda 21, o qual a ONU rotulou como um “plano abrangente para a reorganização da sociedade humana”. A ONU vendeu a Agenda 21 como uma política de “soft law”[1], significando que era uma ideia que as nações precisariam adotar e impor através de seus próprios mecanismos.

Para esse fim, em 1993, o recém-eleito presidente Bill Clinton, criou o Conselho Presidencial de Desenvolvimento Sustentável. Servindo no Conselho, estavam representantes de quase todas as agências federais, junto com os representantes de Organizações não Governamentais (ONGs) que ajudaram a escrever a Agenda 21 a nível internacional. Também estavam representantes das principais corporações globais. Sua tarefa era criar políticas para tornar as metas da Agenda 21 em políticas oficiais do governo e fornecer meios de financiá-las.

O Conselho Presidencial divulgou um relatório descrevendo suas metas de Desenvolvimento Sustentável, dizendo: “Comunidades sustentáveis encorajam pessoas a trabalharem juntas para criarem comunidades saudáveis, onde os recursos naturais e históricos são preservados, empregos estão disponíveis, o espraiamento é contido, os bairros são seguros, a educação é vitalícia, transporte e assistência média são acessíveis e todos os cidadãos têm oportunidades para melhorar sua qualidade de vida.

Tudo isso parece muito legal. Nada a temer aqui! Parece que a Utopia é realmente possível. De novo, quais são os detalhes? Como nós colocamos essas ideias em ação? Quais são as consequências? O meio-ambiente melhorou? Nós melhoramos? Bem, vamos pegar cada uma dessas ideias brilhantes, uma de cada vez, e ver onde isso nos leva![2]

* “Comunidades sustentáveis encorajam pessoas a trabalharem juntas…” Certamente há membros de nossa sociedade que aderem a toda a agenda “Sustentabilista” por paixão e amor, para se envolverem na melhoria de sua comunidade. Eles limpam as margens dos rios, coletam lixos das estradas, reciclam, vigiam seus termostatos e andam de bicicleta sempre que possível. Bom para eles. Esta é a decisão deles e eles são livres para fazer isto.

Mas há outras pessoas que podem ter uma visão diferente a respeito de como querem viver. Talvez eles não concordem com as terríveis previsões que nós devemos aceitar ou enfrentar o Armagedom ambiental. Como eles se encaixam na Agenda para o século XXI?

Eles são processados. Nas escolas públicas, crianças são infundidas com a idéia politicamente correta de serem guardiões ambientais adequados, conforme detalhado na Agenda 21. A culpa desempenha um papel enorme nessa doutrinação. É necessário que todos pensem da mesma forma sem questionar a política, para que futuras gerações estejam preparadas para “trabalharem” juntas em suas comunidades. Além disso, em muitas escolas agora as crianças são obrigadas a cumprirem certo número de horas de serviço comunitário para se qualificarem para seu diploma. Num mundo sustentável, atitudes adequadas são mais importantes do que escolaridade acadêmica. O currículo atual para garantir uma cidadania correta é chamado de Base Comum. Este é o currículo da Agenda 21 e pretende ser “vitalício”, onde o foco principal é a Sustentabilidade.

A cooperação de cidadãos adultos ocorre estruturada dessa maneira. No passado recente, reuniões públicas para discutir uma nova política era baseada em diretrizes chamadas “Regras de Ordem de Robert”, o qual todos tinham uma oportunidade justa de se manifestar e, em seguida, uma votação era feita. Hoje, no mundo Sustentável, nós temos “facilitadores” formados em psicologia para assegurar que eles conduzam uma reunião exatamente na direção necessária para o resultado predeterminado e desejado dos planejadores da comunidade. Se o facilitador for realmente bom no seu trabalho, todos na reunião acreditarão que o resultado foi ideia deles. E os responsáveis dirão que a reunião foi um enorme sucesso no qual toda comunidade “trabalharam juntos” para pôr esses planos em prática.

* “…para criar comunidades saudáveis…” Isto pode significar muitas coisas. Saudáveis? Hoje em dia, nós vemos o crescente poder do policiamento alimentar, que tem declarado muitas coisas na nossa dieta como não saudáveis. Nós vemos o prefeito de Nova Iorque declarar refrigerantes como prejudiciais para saúde e banindo suas vendas. Nós vemos protestos contra lojas de fast food por venderem batatas fritas com gordura ou hambúrgueres que são cruéis aos direitos dos animais. Há vacinas obrigatórias, sem as quais as crianças não podem ser matriculadas nas escolas e os pais [que se recusam a aplica-las] são acusados de abuso infantil. Novas políticas estão começando a se inclinar para o exercício físico mandatório e controle das dietas. Elas são chamadas de Zonas Azuis.

Governos locais impõem grandes planos abrangentes projetados para empacotar e empilhar pessoas uma sobre as outras em edifícios enormes. É isso que eles chamam de saudável? A história mostrou que forçar as pessoas viverem em containers enormes reduz a qualidade de vida, dissemina doenças e promove a violência. Estas não são comunidades saudáveis. Os russos os chamavam de Gulags.

* “… recursos naturais são preservados…” A mensagem é que o consumo excessivo trará escassez de recursos naturais e, portanto, o plano sustentável é erguer florestas intermináveis de moinhos de vento. Esse é o caminho natural, nos dizem. O homem viverá na superfície da Terra sem causar danos. É claro, eles nunca parecem mencionar que as enormes turbinas eólicas precisarão de mais energia para serem construídas do que jamais gerariam em sua vida. Além disso, trazer a energia em linha para que ela possa ser usada pela sociedade requer uma enorme infraestrutura de fios, cimento e estradas. Enquanto uma usina nuclear que ocupe dez acres pode fornecer energia suficiente para uma megacidade, a energia eólica exigiria milhares de hectares de áreas desmatadas e cimentadas. Em seguida, a energia prova ser instável e não confiável, causando falhas na rede elétrica, forçando o controle sobre termostatos domésticos que não aquecem ou esfriam as casas quando necessário. Como isso é saudável para nossas comunidades? Além disso, há o efeito colateral significante de milhões de aves que são cortadas nas turbinas, incluindo aves de rapina “ameaçadas” como as águias. E eles chamam isso de ambientalmente saudável?

E mais uma pergunta vem à mente enquanto guardamos recursos para as gerações futuras. Em que ponto esses recursos guardados poderiam ser usados por uma sociedade tão temerosa de si mesma? Não haverá sempre uma geração futura que possa precisar deles? Enquanto isso, a ciência continua descobrindo que as terríveis previsões de esgotamento de recursos são escandalosamente exageradas. Foi descoberto recentemente que os Estados Unidos possuem os maiores suprimentos de petróleo e gás do mundo. O fraturamento hidráulico é uma tecnologia americana benigna que é ecologicamente correta e economicamente vantajosa. Mas foi considerado “insustentável” por aqueles que aplicam a política sustentável, uma vez que se opõem rapidamente a qualquer fonte de energia barata. No entanto, o fraturamento hidráulico aumenta o tempo de duração das nossas reservas de energia em várias centenas de anos. Isso certamente daria à ciência tempo suficiente para criar novas tecnologias viáveis.

* “…recursos históricos são preservados…” Francamente, eu não tenho ideia do que é um “recurso” histórico. Mas eu sei que os Sustentabilistas usam o amor da América pela história como uma desculpa para bloquear qualquer terreno onde uma personalidade histórica pudesse ter dado um passeio. E eles o usam para gerar enormes concessões federais para que os planejadores possam parar o desenvolvimento municipal, até mesmo em cidades onde nunca aconteceu um evento histórico significativo. É uma indústria em crescimento no mundo dos bloqueios sustentáveis.

* “…empregos estão disponíveis…” O que acontecerá magicamente em uma Comunidade Sustentável para criar, de repente, empregos que não existem agora? Governos não criam empregos. Pessoas criativas, motivadas e livres criam empregos para preencher as necessidades que descobriram. Nenhuma economia controlada pelo governo jamais criaria uma fábrica que faça roupas de grife, xampus para caspa ou pequenos pedaços de plástico que ficam nas pontas de seus cadarços. Os burocratas não pensam assim. Eles só pensam em termos de necessidade e urgência – no mínimo. O luxo nunca faz parte do plano do governo.

O fato é que o Desenvolvimento Sustentável é um dos maiores assassinos de empregos. Suas regras e regulamentos tornam quase impossível, para muitas empresas, a sobrevivência. A EPA[3], reforçando as políticas sustentáveis, está matando usinas de energia, minas e fazendas. Eles estão destruindo economias de estados inteiros. Então, de onde virão esses gloriosos empregos sustentáveis? Empregos públicos! Talvez os apartamentos de luxo nas megacidades precisem de muitos bisbilhoteiros da NSA[4] para inspeções obrigatória, a fim de garantir que as pessoas estejam seguindo as regras da política de saúde compulsória!

* “…O espraiamento é contido…” O espraiamento maligno (subúrbios para pessoas normais) — aquelas áreas de crescimento comunitário para onde as pessoas correm para escaparem das megacidades. Em quase todos os casos, esses novos lares em seus brilhantes desenvolvimentos são um lugar onde as famílias abrem a porta da frente com sorrisos em seus rostos, porque este é o seu lar. Eles têm quintais onde as crianças podem brincar. Eles têm um senso real de comunidade. E aqueles shoppings terríveis que surgem em torno dos novos empreendimentos, que fornecem bens e serviços para os novos moradores, também criam empregos e desenvolvem a economia. As cidades empilhadas e empacotadas não são habitáveis se você realmente quer ar fresco e um lugar para as crianças brincarem. As cidades estão cheias de regulamentações governamentais, altos impostos, drogas e doenças. Os Sustentabilistas se concentram em impedir assassinatos de cartéis de drogas e espancamentos de gangues de imigrantes ilegais? Você parece nunca ouvir nada sobre isso em seus planos. Todos esses fatos foram realmente expostos em um relatório da American Planning Association[5] sobre os efeitos do Crescimento Inteligente. O relatório revelou que isto não funciona. Mas isso não mudou as políticas da APA porque o Crescimento Inteligente está cheio de subsídios do governo. E esse é o verdadeiro jogo – Renda sustentável para organizações não-governamentais (ONGs).

* “…Os bairros são seguros…” Como isso é feito? Controle maciço da polícia? Câmeras em cada esquina? Controle das armas? TSA (Administração para a Segurança dos Transportes) nos metrôs e rodoviárias? A NSA registrando todas as conversas e as teclas digitadas no computador? Segurança acima da privacidade e escolha individual? Certamente, não há “liberdade” sustentável em tal esquema.

* “…Transporte é acessível…” Está é fácil. Transporte público. Trens para longas distâncias, bicicletas para ir até a loja. Sem carros. Você raramente sairá do seu bairro. Imagine o incômodo envolvido em levar a família em uma viagem para a praia usando os inconvenientes horários dos trens. É claro que os humanos que se aglomeram na praia são um perigo insustentável para o meio ambiente. Proiba isso também. Fique na cidade.

* “…Assistência médica acessível…” Bem, nós costumávamos ter assistência médica acessível, mas o governo entrou no jogo. Talvez você ache que é injusto mencionar o Obamacare em um artigo sobre Desenvolvimento Sustentável. Simplesmente faça uma pesquisa no Google sobre “Medicina Sustentável” e encontre mais de 5.850.000 referências sobre o assunto. Você encontrará quase todas as disposições do Obamacare.

*…Todos os cidadãos têm a oportunidade de melhorar a qualidade das suas vidas…” Sério? Qual parte do discurso acima leva à melhoria da qualidade de vida? Nós costumávamos chamá-lo de tirania – agora chamamos isso de qualidade de vida. Como George Orwell disse em seu livro de referência, 1984, tudo isso é chamado de novilíngua. Olhe ao seu redor agora enquanto a política sustentável está sendo forçada em nós. A economia dos EUA está em frangalhos e não está melhorando. Os custos de tudo, especialmente saúde, alimentação e energia, estão disparando. Estas indústrias são as primeiras a serem impactadas pelo desenvolvimento sustentável. Como ela irá melhorar sob uma política de escassez planejada e recursos trancados? Com o quê ou com quem eles estão contando para nos tirar? Resposta: indivíduos que continuarão a produzir, não importa com quantas algemas eles os prendam. Eventualmente, até os mais determinados desistem.

Os Sustentabilistas usam descrições aparentemente inocentes e atraentes para os seus planos conosco. Em seguida, eles negam que estão fazendo isso, e qualquer um que os chame é rotulado de maluco. Mas há outra maneira de dizer, uma descrição muito mais antiga do Desenvolvimento Sustentável que explica a motivação por trás da política de uma maneira muito mais direta: “De cada qual, segundo sua capacidade, a cada qual, segundo suas necessidades”. Se você reconhece essa citação, então você entende completamente a verdadeira natureza do Desenvolvimento Sustentável.

Aqui estão mais duas citações que conduzirão a realidade à luz do dia, para o verdadeiro propósito do Desenvolvimento Sustentável.

Primeiro, isso soa como algo que seus planejadores locais possam ter dito? “O crescimento caótico das cidades será substituído por um sistema dinâmico de assentamento urbano … A região é formada pela interdependência econômica de seu desenvolvimento, do complexo industrial à região industrial. A região tem um único sistema de transporte, uma administração centralizada e um sistema integrado de educação e pesquisa”. Isto foi escrito em 1968 por Alexei Gutnov. Ele era um arquiteto russo soviético, escrevendo em um livro intitulado The Ideal Communist City.

E, finalmente, existe esta recente citação do prefeito da cidade de Nova York, William DeBlasio, de uma entrevista para a revista New York: “O que tem sido mais difícil é a forma como nosso sistema legal é estruturado para favorecer a propriedade privada. Acho que as pessoas de toda a cidade, de todas as origens, gostariam que o governo da cidade conseguisse determinar onde um prédio fosse construído, quão alto será, quem ficará nele, qual será o aluguel”.

Essas citações representam a verdadeira origem e processo do Desenvolvimento Sustentável e seu objetivo de reorganizar a sociedade humana. Nesse processo, não há espaço para a independência da livre iniciativa, da propriedade privada ou da escolha individual. É por isso que lutamos para impedi-lo.

[*] Tom DeWeese. “Sustainable Development: Code for Reorganizing Human Society”. American Policy Center, 20 de Fevereiro de 2018.

Tradução: Lucas Rodrigueiro

Revisão: dvgurjao

[1] Soft law pode ser descrita como uma norma divulgada por alguma organização internacional, onde possuí caráter de flexibilidade, podendo se adaptar ao estilo de governança de cada país.

[2] Este artigo foi extraído de informações incluídas no novo livro de Tom DeWeese, “Sustainable, The WAR on Free Enterprise, Private Property, and Individuals.” Detalhes sobre o livro e pedidos podem ser encontrados em www.sustainabledevelopment.com

[3] EPA – Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental). Segundo sua descrição, é a agência federal encarregada de proteger a saúde humana e o meio-ambiente dos Estados Unidos.

[4] NSA – National Security Agency (Agência de Segurança Nacional). É o órgão responsável pela interpretação, criptoanálise e proteção das comunicações americanas.

[5] APA – American Planning Association (Associação de Planejamento Americano). É uma organização profissional que representa o campo do planejamento urbano nos Estados Unidos.

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Pastor Eli Vieira é casado com Maria Goretti e pai de Eli Neto. Responsável pelo site Agreste Presbiteriano, Bacharel em Teologia, Pós-Graduado em Missiologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte, Recife-PE e cursando Psicologia na UNINASSAU. Exerce o seu ministério pastoral na Igreja Presbiteriana do Brasil desde o ano 1997 ajudando as pessoas a encontrarem esperança e salvação por meio de Jesus Cristo. Desde a sua infância serve ao Senhor, sendo educado por seus pais aos pés do Senhor Jesus que me libertou e salvou para sua honra e glória.

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