AMAZON
Se existe uma marca que hoje em dia seja uma garota-propaganda da internet, uma espécie de Coca-Cola da rede mundial de computadores, essa marca é a AMAZON. E seu sucesso tornou-se a mensagem de esperança para o futuro do comércio eletrônico no mundo. Começou vendendo livros, uma espécie de “estante eletrônica”, e hoje oferece uma vasta gama de produtos e serviços capaz de deixar louco o menos cibernético dos consumistas. Virou uma das bússolas mais confiáveis e simpáticas de se navegar nesse mar de ruídos que é a fascinante internet. O que começou com a pretensão de ser apenas a maior livraria da Terra, hoje se transformou na maior loja de produtos (vende de quase tudo) do planeta e símbolo do comércio eletrônico, responsável pela derrocada de vários concorrentes, pela revolução dos livros eletrônicos e da computação em nuvem.
A história
A empresa começou a florescer no verão de 1994 quando Jeff Bezos, um jovem vice-presidente de um fundo de investimento em Wall Street, abandonou seu valioso emprego para trilhar seu caminho na ainda desconhecida rede mundial de computadores, que na época crescia cerca de 2.300% ao ano. A ideia era audaciosa, vender livros online. A decisão de vender livros surgiu após uma pesquisa que os mostrou no segundo lugar de uma lista dos produtos que poderiam ser comercializados pela internet. A música, primeira opção, foi eliminada, pois apenas seis grandes empresas fonográficas controlavam a distribuição. Outra pesquisa também chamou a atenção do jovem empreendedor: as pessoas não compravam livros pelo correio porque não existiam catálogos suficientemente grandes para os interesses variados dos consumidores. Para conter uma lista suficientemente abrangente, o catálogo teria que ser tão pesado que seria praticamente impossível enviá-lo pelo correio. Já na internet, os bancos de dados não tinham a limitação do peso ou do tamanho. Também podiam ficar disponíveis para consultas instantâneas, 24 horas por dia. Com todos esses dados em mãos, Jeff Bezos mudou-se para a chuvosa e fria cidade de Seattle. E não foi por acaso, na cidade estava localizado um dos maiores distribuidores de livros do país: a Ingram. Foram necessários três meses para levantar US$ 1 milhão com 20 amigos e outros investidores e fundar oficialmente a empresa no dia 5 de julho de 1994. Instalou-se com a mulher em uma casa em Bellevue, subúrbio operário da cidade, pagando aluguel de US$ 890. A garagem virou um celeiro de softwares e por ironia do destino o café da filial mais próxima da Barnes & Noble, uma gigante rede de livrarias, ponto de encontro para reuniões informais.
Pouco mais de um ano depois, no dia 16 de julho de 1995, o site foi finalmente lançado, sem publicidade alguma, tornando-se o lugar número 1 para se comprar livros na internet, começando a trilhar sua história de sucesso, tempos antes de grandes livrarias ganharem presença na rede. Na época, os manuais de negócios apontavam que o estoque ideal para uma livraria se lançar no mercado era algo em torno de 200 a 300 mil títulos. Jeff jogou fora a antiga cartilha e inaugurou sua loja virtual com um milhão de títulos nas “prateleiras virtuais”. Planejou originalmente chamá-la de CADABRA, mas logo percebeu que soaria como “cadáver”. O nome para o novo negócio não foi escolhido ao acaso. Ele queria um nome que começasse com a letra A, para que seu site aparecesse no início das listagens de páginas disponíveis na rede. Amazon é o nome em inglês do Rio Amazonas. Ele estava muito entusiasmado com o fato de haver um rio dez vezes maior que o segundo maior rio do mundo. Não é só vasto, mas é muito maior que o concorrente mais próximo. Desde o primeiro dia descrevia-se audaciosamente como “a maior livraria da Terra”, oferecendo um catálogo de um milhão de títulos dos mais variados assuntos.
A página inicial tinha o aspecto espartano dos primórdios da internet – texto, apenas alguns links e um único gráfico (a letra A estilizada). No dia 3 de agosto, a empresa enviou sua primeira encomenda para fora da América do Norte a um cliente da cidade de Genova na Itália, que encomendou um livro chamado “Ranks of Bronze”. Para espalhar a notícia do seu negócio Jeff foi ousado. Ao invés de contratar assessores de imprensa ou queimar centenas de milhares de dólares em anúncios na mídia tradicional, apostou no velho e bom boca a boca. Ou melhor, neste caso, no clique a clique. Convidou 300 pessoas entre amigos e amigos dos amigos, para testar o novo site. Depois autorizou todo mundo a espalhar o endereço pelo ciberespaço. Resultado: em seu primeiro mês de atividade despachou livros para 45 países e todos os 50 estados americanos. Além disso, utilizando descontos agressivos, a AMAZON rapidamente começou a incomodar as livrarias físicas.
O sistema de compras da AMAZON era revolucionário e patenteado: “One click buy” (compra com um só clique). Embora hoje isso seja algo natural, há mais de 20 anos marcou uma diferença em relação à concorrência. Quanto menos perguntas, menos dúvidas na hora de comprar. Um clique e pronto: direto para a cesta de compra. O cliente simplesmente clicava em um botão para acrescentar livros à cesta virtual de compras. Se mudasse de ideia, era fácil retirar um livro da cesta de compras antes de fechar a negociação, da mesma forma que faria em uma loja física. Quando terminava a compra, o cliente só precisava clicar no botão “comprar”, fornecer o número do cartão de crédito e escolher em um cardápio de serviços de entrega, que incluía entrega em 24 horas e várias opções de remessa internacional. Também havia a opção de embrulhar para presente. O cliente recebia informação imediata sobre a situação do pedido, quanto tempo deveria esperar pela remessa do livro, o total das despesas de frete e quanto pagaria de impostos. Em setembro, a empresa já vendia US$ 20.000 por semana. Jeff Bezos e a sua equipe continuaram a melhorar o site, com a introdução de inéditos recursos, como por exemplo, opiniões dos clientes e verificação de compra por email. Apesar de sua clientela inicial ser composta por pioneiros e desbravadores da internet, o produto mais vendido em 1996 ainda era um livro sobre como construir páginas na própria internet.
Mas a empresa começava a despertar a curiosidade de muitas pessoas. Em reunião no dia 16 de março da American Association of Publishers (Associação Americana de Editores), um repórter do tradicional The Wall Street Journal estava entediado e perguntou a Alberto Vitale, então presidente da Editora Random House, o que havia de animador no ramo. “Se você quiser explorar algo diferente e realmente de vanguarda, vá para Seattle e explore a Amazon.com”, foi a resposta de um dos homens mais influentes no mercado editorial da época. Porém, foi uma reportagem de primeira página no próprio The Wall Street Journal, com a manchete “Como um gênio de Wall Street descobriu seu mercado de venda de livros na internet”, publicada em 16 de maio de 1996, que praticamente apresentou o site ao público em geral. Os pedidos dobraram no dia seguinte da reportagem e o site quase não suportou a demanda. A AMAZON encerrou o ano com 151 funcionários e US$ 16 milhões em receitas.
Quando a empresa resolveu abrir seu capital na Bolsa de Valores, exatamente no dia 15 de maio de 1997, os prejuízos, só naquele ano, chegavam a US$ 3 milhões. Mas as ações foram procuradas como ouro e a empresa arrecadou US$ 54 milhões. O sucesso batia à porta. E não demorou muito para expandir sua linha de produtos, começando a vender CD, DVD e fitas de vídeo, videogames, softwares, produtos eletrônicos, brinquedos e até ferramentas. Além disso, a empresa iniciou o lançamento de sites locais, como no Reino Unido e na Alemanha. A década de 1990 foi marca também pela forma usual de como a empresa gastava dinheiro. Em 1999, por exemplo, sua receita atingiu US$ 1.6 bilhões, mas o prejuízo foi de US$ 719 milhões. Então Jeff promoveu uma reviravolta. Fechou alguns centros de distribuição e despediu um sétimo de sua força de trabalho. Com a chegada do novo milênio a empresa aumentou sua oferta de produtos: utensílios de casa e cozinha, revistas, produtos de escritórios, roupas e acessórios, produtos esportivos, alimentos, joias, relógios, produtos comestíveis e produtos de higiene pessoal. Em 2003, a AMAZON finalmente deu lucro, e nos anos seguintes demonstrou um desempenho financeiro surpreendente.
Nos anos seguintes a AMAZON ganhou musculatura ao expandir seus serviços, e apesar de ser mais conhecida no segmento de comércio eletrônico, começou a investir muito no setor de computação em nuvem, que permite a outras empresas armazenar em nuvem dados e aplicativos por meio da AMAZON WEB SERVICES (AWS). Além disso, a empresa começou a vender alguns produtos sob a marca AmazonBasics. São itens “básicos”, como mídias de DVD, cabos USB, pilhas, capas e carregadores de celular. Para atrair compradores, a AMAZON não apostou apenas em sua marca, mas também nos preços menores para o consumidor, já que esses produtos custam muito menos que os itens similares à venda no site. E as novidades não pararam por aí: em novembro de 2007 a empresa lançou o KINDLE, seu próprio leitor de livros digitais, que se tornou um verdadeiro sucesso de venda. Apesar da crise econômica, que afetou a temporada de compra para muitos setores, a AMAZON comemorou os resultados e informou ter vendido no dia 29 de novembro de 2010 um total de 13.7 milhões de itens em todo o mundo, um recorde de 158 vendas por segundo. Nos últimos anos, a AMAZON ingressou no lucrativo segmento de tablets com o lançamento do KINDLE FIRE. Com isso, a empresa passou a concorrer diretamente com a poderosa Apple. Em 2012, a empresa adquiriu a Kiva Systems, que produzia robôs. Nos anos seguintes a AMAZON equipou diversos de seus centros de distribuição com atarracados robôs, de cor laranja e providos de rodinhas para trazer produtos armazenados em prateleiras aos funcionários, em vez de obrigá-los a procurar itens em longos corredores repletos de mercadorias.
A AMAZON anunciou que estava à procura de uma empresa com boa infraestrutura tecnológica para se expandir no Brasil e iniciar sua operação comercial local, ingressando assim no promissor setor de comércio eletrônico do país. O primeiro passo importante nesse sentido foi dado: a liberação do endereço eletrônico amazon.com.br, que, depois de uma longa batalha judicial, saiu das mãos de uma empresa de tecnologia do Pará e foi para domínio do colosso do comércio eletrônico mundial. Finalmente, no dia 6 de dezembro de 2012 a AMAZON foi ao ar no Brasil. Em um primeiro momento não comercializava nada além do Kindle (seu leitor de livros digitais) e de algumas dezenas de edições de e-books. Somente em 21 de agosto de 2014, a AMAZON começou a vender em seu site brasileiro livros físicos, marcando o início de uma nova fase da atuação da empresa no Brasil. A empresa criou no Brasil uma data de liquidação para livros, inspirada no evento Black Friday: Book Friday, que oferece descontos de até 80% em livros impressos e digitais. O catálogo da empresa no mercado brasileiro conta com mais de 2.7 milhões de livros digitais (60 mil em português) e mais de 10 milhões de livros impressos (170 mil em português).
No mês de novembro de 2015 a empresa inaugurou na cidade de Seattle a AMAZON BOOKS, sua primeira loja física e a primeira experiência em vender livros à moda antiga. Mas nem tudo é feito à moda antiga. Os dados de navegação e comportamento dos usuários da versão virtual da AMAZON são cruciais para definir o estoque da loja. Além de vender livros de papel, a loja aproveita o espaço físico para demonstrar sua linha própria de eletrônicos, como os leitores de livros digitais Kindle, os tablets da linha Fire, entre outros produtos próprios. Inicialmente oferecendo mais de 5 mil títulos (o número reduzido em relação a uma livraria tradicional é porque o espaço mostra a capa dos livros para facilitar a busca por autor, em vez de destacar a lateral), a loja está localizada dentro do campus da Universidade de Seattle e será um endereço permanente, e não uma ação de marketing temporária, como muitos chegaram a acreditar.
Desde dezembro de 2013, a AMAZON vem evoluindo nos testes e pesquisas de entrega de pacotes com o uso de drones. Finalmente em 2015, conseguiu autorização concedida pela Administração Federal de Aviação para que avance em suas pesquisas e no desenvolvimento da entrega de pacotes através de aviões não tripulados. Mesmo com todas as exigências, o início dos testes nos aproxima cada vez mais de uma realidade bastante futurista: receber uma compra no quintal de sua casa entregue por nada menos que um robô voador. A intenção é que o futuro serviço, denominado AMAZON PRIME AIR, reduza para 30 minutos a entrega de pacotes, inclusive em lugares de difícil acesso. Afinal, um atendimento melhor e mais rápido significa que mais consumidores optarão pela AMAZON em qualquer mercado que ela esteja presente.
A linha do tempo
1998 ● Início das vendas de CD, DVD e fitas de vídeo. ● Lançamento dos sites locais no Reino Unido (AMAZON.CO.UK) e Alemanha (AMAZON.DE). 1999 ● Início das vendas de videogames, softwares, eletrônicos, brinquedos e ferramentas. ● Lançamento do AMAZON AUCTIONS, onde o internauta adquiria produtos através de leilões, nos quais o lance mais alto vencia. 2000 ● Lançamento dos sites locais no Japão (AMAZON.CO.JP) e França (AMAZON.FR). ● Início das vendas de utensílios de casa e cozinha, além de produtos fotográficos como máquinas. ● Lançamento do AMAZON MARKETPLACE, um serviço onde pequenos vendedores (terceiros) podiam vender a preços fixos produtos novos e usados. 2001 ● Início das vendas de revistas. 2002 ● Lançamento do site local no Canadá (AMAZON.CA). ● Início das vendas de produtos de escritórios, roupas e acessórios. ● Lançamento do AMAZON SERVICES, plataforma de vendas que fornece pacotes de comércio eletrônico da AMAZON para outras empresas que procuram estabelecer ou darem nova aparência a seus negócios de comércio online. 2003 ● Início das vendas de produtos esportivos, alimentos gourmet, joias, relógios, produtos comestíveis e produtos de higiene. 2004 ● Lançamento do site local na China (AMAZON.CN). ● Início das vendas de produtos de beleza e instrumentos musicais. 2005 ● Criação do AMAZON PRIME, serviço de vantagens (com anuidade) que oferece frete grátis em algumas compras no mercado americano, entre outros benefícios como streaming de filmes e seriados de TV pelo serviço Instant Video, mais de um milhão de músicas, acesso a ofertas em primeira mão, empréstimo de mais de 800 mil livros para os portadores do leitor Kindle e acesso exclusivo ao Amazon Elements, linha de produtos para casa e de higiene da varejista. Atualmente o serviço conta com mais de 40 milhões de membros. 2006 ● Lançamento do AMAZON UNBOX, um serviço de download de vídeos permitindo que internautas comprem ou aluguem séries e programas de TV, filmes e outros conteúdos de vídeo na web. ● Lançamento do serviço de computação de nuvem. ● Lançamento do Fulfillment by Amazon, serviço onde outros varejistas enviam seus produtos para os depósitos da AMAZON que fica encarregada pelos pedidos online, empacotamento e entrega. 2007 ● Lançamento do AMAZON MP3 (agora conhecido como AMAZON MUSIC), um serviço de venda via download de músicas, que oferecia mais de 2 milhões de canções de mais de 180.000 artistas. Hoje em dia seu catálogo oferece mais de 29 milhões de músicas. ● Lançamento de seu próprio leitor de livros digital, o KINDLE. 2010 ● Lançamento do site local na Itália (AMAZON.IT). 2011 ● Lançamento do tablet KINDLE FIRE. Com tela de 7 polegadas e custando apenas US$ 199, o portátil era a principal aposta da empresa para rivalizar com o iPad, da Apple. Um dos maiores destaques do aparelho era o AMAZON SILK, um navegador otimizado para o hardware do KINDLE FIRE. Sua proposta era diminuir a necessidade de processamento do aparelho. Para que isso fosse possível, algumas tecnologias foram disponibilizadas na nuvem, tornando o sistema mais inteligente e eficaz. O tablet já pode ser comprado em mais de 185 países e em 2012 ganhou sua nova versão, batizada de KINDLE FIRE HD. ● Lançamento da AMAZON APPSTORE, uma loja de aplicativos que ficou conhecida por disponibilizar gratuitamente um aplicativo pago por dia. ● Lançamento do site local na Espanha (AMAZON.ES). 2012 ● Lançamento do KINDLE PAPER WHITE, um novo leitor digital compacto com 62% mais pixels que os modelos anteriores. O aparelho tem como destaque a bateria (duração de 8 semanas) e a tecnologia da tela. Diferente das telas de LCD que a luz é emitida para quem vê, na tela deste KINDLE a luz é emitida para a parte de baixo do display — isso faz com que o leitor não se canse rapidamente. Como funcionalidade, o este modelo traz o recurso “time to read”, que calcula quanto tempo você está gastando em um capítulo ou em um livro. Além disso, ele traz sete tipos de fontes e diversos ajustes de tamanho de letra. 2013 ● Lançamento do site local na Índia (AMAZON.IN) e na Austrália (AMAZON.AU). 2014 ● Lançamento da AMAZON FIRE TV, uma caixa multimídia que se conecta a TV para reproduzir filmes, séries, músicas e games, através de vários aplicativos, como por exemplo, o Amazon Instant Video, que funciona como uma iTunes Store, oferecendo aluguel ou compra de lançamentos. ● Lançamento do AMAZON FIRE PHONE, primeiro smartphone da marca com especificações que competem com os tops de linha do mercado. Foi um estrondoso fracasso, vendeu 35 mil unidades nos dois primeiros meses e nem comercializá-lo a US$ 1 ajudou a reverter à situação. ● Lançamento do site local na Holanda (AMAZON.NL). 2015 ● Lançamento do site local no México (AMAZON.COM.MX). ● Lançamento do AMAZON PRIME NOW, um serviço que faz entregas em apenas uma hora, inicialmente dentro da ilha de Manhattan. Atualmente, o serviço que está disponível em mais de 25 regiões metropolitanas nos Estados Unidos, só pode ser solicitado pelos membros do Amazon Prime. Enquanto a entrega em até duas horas é gratuita, as entregas em apenas uma hora custam US$ 7.99. ● Lançamento do AMAZON ECHO, um alto-falante sem fio com comando de voz. Com 23.5 centímetros de altura, seu formato cilíndrico abriga sete microfones. O dispositivo, conectado a uma rede wi-fi, funciona a partir de comandos de voz para realizar diversas tarefas domésticas, como por exemplo, reprodução de música, criar listas de tarefas e compras, acionar alarmes, ler audiobooks, controlar várias funções da casa como luzes e temperatura, acessar informações na internet, fornecer previsão climática e outras informações em tempo real. Ele também pode controlar vários dispositivos inteligentes. 2016 ● Lançamento do AMAZON PRIME VIDEO, streaming de filmes e séries online que compete diretamente com o Netflix. O serviço não é novo, pois já estava disponível para usuários do Amazon Prime, assinatura completa da gigante do comércio eletrônico que inclui até entrega rápida nos Estados Unidos.
O sucesso do livro digital
Jeff Bezos é superdotado de inteligência. É visionário. Há anos já pensava na digitalização dos livros. Mas foi somente em 2004, com o sucesso do iPod, que a AMAZON começou a investir de fato em um leitor digital próprio. Nesta época, três quartos das receitas da empresa eram geradas pela venda de livros, CDs e DVDs. Se aparecesse um iPod dos livros, a AMAZON teria um enorme problema. Foi então que Bezos montou uma equipe à parte para atacar (ou evitar) esse problema. Batizado de Lab126, o grupo trabalhou em segredo no Vale do Silício, tentando tornar realidade a visão de um leitor digital simples (que pudesse ser operado por uma vovó), leve (para ser segurado com uma mão) e com conexão sem fio (para que livros pudessem ser comprados e baixados instantaneamente).
Exatamente no dia 19 de novembro de 2007, a empresa lançou no mercado um aparelho portátil que modificou o modo como lidamos com a mídia impressa. O KINDLE não é apenas um leitor de livros digitais, mas possibilita também comprar jornais, revistas e sim, livros diretamente por ele, sem ter que usar o computador. Tudo isso associada à força da marca AMAZON. Em outubro de 2008, o KINDLE ganhou um grande impulso, quando a mais popular apresentadora dos Estados Unidos, Oprah Winfrey, apresentou o produto como seu aparelho preferido durante seu programa de TV. Apesar do preço alto (US$ 359 nos Estados Unidos), a apresentadora disse que o leitor de e-book se pagava, já que os livros eletrônicos poderiam ser baixados da AMAZON por US$ 10 ou menos. A aprovação da magnata da mídia era o “anel de ouro” cobiçado por muitas empresas.
A AMAZON anunciou que o leitor de e-book foi o dispositivo eletrônico mais vendido do site nesse ano. Também informou que o produto foi o presente mais popular na categoria de eletrônicos e apareceu com frequência na lista de desejos dos consumidores. Somente em 2008 foram vendidos 500 mil unidades. Com isso, o KINDLE rapidamente capturou 95% do mercado americano para e-books. Após lançar a segunda geração do leitor digital em 2009, incluindo um modelo com tela maior, o primeiro grande desafio à supremacia do KINDLE aconteceu em 2010, quando a Apple introduziu o seu tablet iPad, que também é projetado para uso como um dispositivo de leitura. Jeff Bezos respondeu agressivamente com corte de preço no varejo e adicionando novas funcionalidades ao aparelho. Com isso, o KINDLE ganhou bateria de longa duração, consumia pouca energia e possuía acesso gratuito a Wikipedia e à loja de livros da AMAZON via EVDO, uma espécie de wi-fi com cobertura nacional. Além disso, em 2011 lançou o KINDLE TOUCH, o leitor de livros digitais com tela sensível ao toque. Atualmente, já são mais de 4.3 milhões de livros digitais disponíveis: os títulos vão desde autoajuda até ótimos best sellers de autores renomados, e mais de 1.5 milhões desses livros custam até US$ 9.99. Sem falar nas revistas e jornais. Uma verdadeira revolução.
Nos últimos anos a empresa informou que seus e-books têm superado, em unidades, a venda de livros de papel de capa dura. De acordo com a empresa, nos últimos meses de 2011, para cada cem livros de capa dura comercializados foram vendidos 143 livros para o KINDLE. Durante esse ano, a empresa vendeu três vezes mais livros para seu leitor digital. Com isso, a AMAZON pode ver a receita relacionada às vendas de seu leitor de livros eletrônicos superar US$ 3 bilhões (em 2015, o faturamento foi superior a US$ 5.2 bilhões). Além disso, a terceira geração do leitor de livros digitais superou “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, que detinha o título de maior bestseller da empresa. Em 2014 lançou o KINDLE VOYAGE, cuja tela coberta por vidro ganhou definição ainda maior, o design ficou mais leve e fino e a ação de virar páginas passou a ser feita por meio de um sensor localizado nas bordas do aparelho. A última geração do leitor de livros digitais da AMAZON foi lançada em 2016: KINDLE OASIS, mais fino, leve, com tela mais brilhante e um grande diferencial, uma capa protetora que recarrega o aparelho e aumenta a autonomia para mais de dois meses. Hoje, o KINDLE é o leitor eletrônico de livros mais vendido no mundo.
Amazon Fresh
Primeiro livros, depois produtos em geral e mais recentemente comida. A rede AMAZON aplicou toda sua vasta experiência em comércio eletrônico e logística para iniciar o projeto de venda de comida fresca e perecível que prometia fazer entregas rápidas à domicílio a um preço competitivo. Em agosto de 2007, a AMAZON ofereceu o serviço, batizado de AMAZON FRESH, braço dedicado a entrega à domicílio de produtos alimentícios frescos como leite, carnes, ovos, frutas, vegetais, sorvetes, além de uma variada gama de produtos orgânicos, na cidade de Seattle, inicialmente restrito ao bairro de Mercer Island. Na realidade o serviço veio complementar os serviços Gourmet Food e Grocery, que existem desde 2003, mas que apenas fornecem produtos não perecíveis. Poucos meses depois o serviço foi estendido para outros bairros da cidade como Bellevue, Kirkland, Capitol Hill e Queen Anne. Atualmente o serviço está disponível para aproximadamente 30 bairros da cidade de Seattle e foi expandido para algumas áreas de Los Angeles, San Francisco, San Diego, Nova York, Filadélfia, Baltimore, Boston e Londres. A AMAZON FRESH tem sua própria frota de caminhões refrigerados para entrega de compras de produtos perecíveis em casa. Integração de novos produtos ao portfólio da empresa sempre foi uma constante, aplicar o conhecimento adquirido com a venda de produtos para os perecíveis era apenas uma questão de tempo.
O gênio por trás da marca
Ícone do comércio eletrônico, Jeffrey Preston Bezos é considerado no mundo o que Jack London foi para os brasileiros: um visionário e desbravador que, a partir de ideias inicialmente ousadas, demonstrou ser um cara à frente do seu tempo no que se refere às tendências da sociedade. Ele nasceu em 12 de janeiro de 1964 na cidade de Albuquerque no estado do Novo México, foi abandonado por seu pai, Ted Jorgensen, quando tinha apenas um ano. Aos quatro anos foi adotado por Mike Bezos, um refugiado cubano. Até os dez anos de idade, Jeff acreditou ser filho biológico de Mike. Ainda jovem converteu a garagem de seus pais em um laboratório para seus projetos, Quando ele era adolescente, a sua família se mudou para Miami, na Flórida. Na escola secundária em Miami, Jeffrey se apaixonou por computadores. Era um estudante excepcional e o orador oficial da turma. Estudou ciência da computação e engenharia eletrônica na tradicional e premiada universidade de Princeton. Após a formatura, ele encontrou um emprego em Wall Street, onde a informática estava cada vez mais sendo utilizada para estudar as tendências do mercado. Passou a trabalhar na Fitel, que estava construindo uma rede para realização de comércio exterior. Ele permaneceu na esfera das finanças com o Bankers Trust (banco americano). Depois foi trabalhar na D.E. Shaw, empresa de investimentos especializada em desenvolver aplicações para o mercado de ações, onde foi promovido a uma vice-presidência. Fundou a AMAZON.COM em 1994 como um dos pioneiros do comércio eletrônico e sobreviveu a “bolha” da Nasdaq que estourou em 2000. Até o final da década, seis por cento dos acionistas da AMAZON, estavam bilionários. Eleito Personalidade do Ano em 1999 pela tradicional revista Time, sua empresa deu prejuízo até 2003 quando começou a operar no azul.
Daí em diante não parou mais de crescer, sempre ao comando do carismático Bezos. Os livros ganharam a companhia de inúmeros produtos, de eletrônicos e alimentos, até serviços financeiros (através de parcerias com a Fidelity Investments), e os acionistas, hoje com sorrisos estampados no rosto, agradecem. A inovação e a inteligência do negócio que mantém a empresa são lendárias; além disso, são também controversas: a empresa possui dúzias de patentes sobre processos de comércio eletrônico e algumas pessoas argumentam que eles deveriam permanecer em domínio público. Atualmente, Jeff Bezos, que tem fama de rancoroso, de não levar desaforo para casa e de usar de um forte arsenal para ultrapassar as dificuldades, ocupa a posição 5 no ranking dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna de US$ 64.7 bilhões, segundo a revista americana Forbes. Após a morte de Steve Jobs em 2011, o mercado começou a apontar Jeff Bezos como um dos poucos empreendedores capaz de substituir o fundador da Apple como novo superstar da internet e da aérea de tecnologia.
O bilionário é conhecido por suas ideias extravagantes. Uma delas é a de uma espécie de “airbag para celulares”, objeto capaz de detectar quando o aparelho está caindo e abrir a proteção antes de ele chegar ao chão, reduzindo assim o impacto. A ideia está patenteada, mas o seu criador ainda não terminou de desenvolvê-la. Outro investimento inusitado na vida do empresário é a Blue Origin, uma empresa que desenvolve projetos e novas tecnologias para voos espaciais. Casado com a escritora Mackenzie Bezos desde 1993, ele tem quatro filhos (três meninos e uma menina adotada na China) e vive em uma mansão em Medina, estado de Washington, não muito longe da casa de Bill Gates. Bezos também é um dos grandes proprietários de terras do estado do Texas e dono do influente jornal The Washington Post, comprado em 2013 por US$ 250 milhões. Uma curiosidade: Jeff Bezos, pouco dado às brincadeiras, deixa que sua estridente gargalhada seja objeto de diversão em seu império (qualquer funcionário da AMAZON pode entrar na intranet e baixar um arquivo de áudio com sua peculiar gargalhada).
A evolução visual
A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo dos anos. O logotipo original da marca era representado por um símbolo que remetia ao curso de um rio (neste caso o Rio Amazonas) dentro de uma letra A estilizada. A primeira modificação ocorreu em 1997 quando foi adotada uma nova tipografia de letra. Pouco depois, em 1998 o logotipo ganhou um traço contínuo laranja abaixo da palavra AMAZON.COM e uma tipografia de letra mais moderna a atraente. O atual logotipo da marca, adotado em 2000, refletia a estratégia de negócios da empresa naquele momento, que era vender muito mais do que somente livros. Por isso a ligação da letra A com a letra Z através de um símbolo. O conceito comunicava claramente que a AMAZON vendia de tudo: de A à Z. O dispositivo gráfico que conecta a letra A com a Z falava do posicionamento da marca: foco no cliente e serviço cordial. Esse dispositivo forma um sorriso atrevido com uma covinha em direção ao Z.
Os slogans
Earth’s Most Customer-Centric Company. …and you’re done. (2002) The world’s largest book-store. (1995)
Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos ● Fundação: 5 de julho de 1994 ● Fundador: Jeff Bezos ● Sede mundial: Seattle, Washington, Estados Unidos ● Proprietário da marca: Amazon.com, Inc. ● Capital aberto: Sim (1997) ● Chairman & CEO: Jeff Bezos ● Faturamento: US$ 107 bilhões (2015) ● Lucro: US$ 596 milhões (2015) ● Valor de mercado: US$ 351.8 bilhões (julho/2016) ● Valor da marca: US$ 37.948 bilhões (2015) ● Sites internacionais: 14 ● Presença global: 185 países ● Presença no Brasil: Sim ● Funcionários: 230.800 ● Segmento: Comércio eletrônico ● Principais produtos: Livros, eletrônicos, alimentos, roupas e serviços de computação em nuvem ● Concorrentes diretos: Ebay, Alibaba, JD.com, Netflix, Apple, Google, Salesforce, Oracle, Walmart e Target ● Ícones: Pioneirismo no comércio online ● Slogan: Earth’s Most Customer-Centric Company. ● Website: www.amazon.com.br
O valor Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca AMAZON está avaliada em US$ 37.948 bilhões, ocupando a posição de número 10 no ranking das marcas mais valiosas do mundo, além de ocupar a posição de número 15 no ranking das marca mais influentes do mundo. A empresa também ocupa a posição de número 18 no ranking da revista FORTUNE 500 de 2016 (empresas de maior faturamento no mercado americano).
Em 2020
Pelo terceiro ano consecutivo, o ranking das 500 marcas mais valiosas do mundo traz a Amazon, de Jeff Bezos, no topo. A marca está avaliada em US$ 220,7 bilhões. Na segunda colocação vem a Google, que subiu uma posição em relação ao ranking de 2019, com US$ 159,7 bilhões, ultrapassando a Apple, que caiu para terceiro, com US$ 140,5 bilhões. Os dados são da consultoria Brand Finance, especializada em avaliação de negócios. Os números são históricos, pois é a primeira vez que uma empresa ultrapassa a marca dos US$ 200 bilhões…. – Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/02/23/amazon-lidera-ranking-de-marcas-mais-valiosas-de-2020-google-passa-a-apple.htm?cmpid=copiaecola
A marca no mundo
A empresa, maior varejista online do mundo, vende mais de 22 milhões de produtos diferentes para 304 milhões de clientes em 185 países, tem um faturamento de US$ 107 bilhões (dados de 2015) e mais de 25 centros de distribuição espalhados pelo mundo, totalizando mais de 950.000 m² de espaço em depósito. O site da empresa recebe mais de 2.25 bilhões de visitas anualmente. Além disso, possui quatorze páginas internacionais: além da AMAZON.COM nos Estados Unidos, existe sites locais no Reino Unido, Alemanha, Japão, França, Canadá, China, Espanha, Itália, Índia, Austrália, Holanda, México e Brasil. A AMAZON é o 7º site mais visitado da internet, com mais de 50% dos acessos feitos dos Estados Unidos. Somente a América do Norte foi responsável por 48% de suas vendas em 2015. A época de maior volume de vendas é o mês de dezembro, quando a empresa despacha aproximadamente 4 milhões de encomendas diariamente para 200 países.
Você sabia? ● Relentless.com (“Implacável.com”, em português) figurava no topo da lista dos possíveis nomes para a empresa que Jeff Bezos estava criando em meados de 1994. Porém, alguns amigos achavam que a palavra tinha conotação negativa, e foi só quando ele folheou um dicionário, começando pela letra A, que escolheu o nome Amazon — o maior rio do mundo, a maior livraria do mundo. Mas, até hoje, quem acessa relentless.com é dirigido à página da AMAZON. ● A AMAZON ainda é proprietária de várias outras empresas, como por exemplo, a A9.com, que desenvolve o programa de busca de comércio eletrônico e publicidade; Internet Movie Database (também conhecido pela abreviação IMDb), uma base de dados online de informação sobre estrelas da música, cinema, filmes, programas e comerciais de televisão; Alexa Internet, um serviço que mede quantos usuários visitam um site e outras estatísticas relacionadas; Audible, vendedor e produtor de entretenimento de áudio, informações e programação educativa na internet; e Zappos, loja online de sapatos, roupas e acessórios.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Veja, Exame, Época Negócios e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico, O Globo, Folha e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers).
Última atualização em 12/7/2016