Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, em 15 de novembro de 2023. (Captura e tela/YouTube/The Church of England)
Votação por maioria de 1 voto aconteceu no Sínodo Geral, o órgão governante da Igreja da Inglaterra, que aconteceu em 15 de novembro.
A Igreja da Inglaterra diz que fará cultos experimentais para “abençoar” casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
A decisão do Sínodo Geral, seu órgão governante, é avançar com a introdução de “bênçãos especiais” para casais gays.
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A votação favorável à implementação desse teste, que ocorreu na quarta-feira (15), se deu após nove horas de debate sobre as responsabilidades pastorais da Igreja em relação aos membros da comunidade LGBTQ+.
A aprovação no órgão governante da Igreja da Inglaterra foi por maioria de apenas 1 voto. No entanto, destacando profundas divisões sobre o assunto, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, revelou que se absteve da votação.
“Me abstive.. porque a minha responsabilidade pastoral se estende a todos na Igreja da Inglaterra e na Comunhão Anglicana global”, disse ele num comunicado publicado nesta quinta-feira (16).
Conselho de ética não autoriza casamento gay
O Conselho de Ética (CoE), central para toda a Comunhão Anglicana, composta por 85 milhões de fiéis em 165 países, não autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mantendo sua doutrina de que o casamento é uma união entre um homem e uma mulher.
Apesar disso, a Igreja diz buscar métodos que promovam uma maior inclusão e acolhimento das pessoas da comunidade LGBTQ+, informou a Reuters.
Segundo a agência de notícias, os bispos anglicanos ainda têm de dar autorização final às orações nesses cultos especiais, que são propostas e não uma política eclesial definitiva e estabelecida.
Bênçãos para casamento gay na Igreja da Inglaterra é aprovada por pequena maioria. (Captura e tela/YouTube/The Church of England)
Divisão
A alteração foi aprovada por uma maioria de apenas um voto. O respaldo às orações para casais gays provém principalmente da liderança da Igreja da Inglaterra.
Na terça-feira, o arcebispo de York, Stephen Cottrell, comunicou ao Sínodo que a questão parecia dividir a Igreja “ao ponto de ruptura”. No entanto, ele ressaltou que “não deveria haver espaço para a homofobia na Igreja”.
Os oponentes da emenda expressam receios de que, caso os cultos religiosos experimentais avancem, “não haverá retorno”.
Eles também advogam por mais pesquisas sobre relações homossexuais. “Como é comum com todas as doutrinas, a questão do casamento envolve questões práticas. No entanto, vai além disso”, declaram.
“A forma como utilizamos nossos corpos é significativa, pois eles são considerados templos do Espírito Santo. Isso não se resume apenas à devoção, mas também envolve um raciocínio mais profundo. O uso dessas orações deveria ser mais claramente definido.”
Em abril, um grupo conservador de líderes da Igreja Anglicana em Uganda, Ruanda, Brasil e outros países expressou publicamente a perda de confiança no arcebispo Welby, devido à sua postura em relação às uniões entre pessoas do mesmo sexo.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA REUTERS E RELIGION NEWS