A arca da aliança foi feita de madeira de acácia e coberta de ouro, por dentro e por fora. Continha quatro argolas de ouro, sendo duas de cada lado. Era transportada por varais de madeira de acácia, cobertos de ouro.
Dentro da arca ficavam as tábuas da lei, o vaso com maná e a vara seca de Arão que floresceu. A tampa da arca, feita de ouro puro, era chamada de propiciatório. Nele havia dois querubins com as asas estendidas. A arca da aliança ficava no lugar santíssimo do templo, onde o sumo sacerdote, uma vez por ano, entrava para fazer expiação por si e pelo povo. A arca era um símbolo da presença de Deus. Ali a glória do Senhor se manifestava. Veremos, agora, algumas importantes lições sobre a arca da aliança:
Em primeiro lugar, a arca da aliança fala da presença manifesta de Deus ao seu povo. O santuário tinha três repartições: o pátio, o lugar santo e o lugar santíssimo. No pátio ficava o altar de bronze e a bacia com água. No lugar santo, ficava a mesa com os pães da proposição, o altar de incenso e o candelabro. No lugar santíssimo, ficava a arca da aliança. Nesse recinto mais sagrado do santuário, o sumo sacerdote e só ele podia entrar, uma vez por ano, para fazer expiação por si e pelo povo. E ali, a glória de Deus se manifestava. A presença manifesta de Deus era ali notória. A arca era o próprio símbolo da presença gloriosa de Deus.
Em segundo lugar, a arca da aliança não podia transformar-se num amuleto. No período dos juízes, o povo de Israel se corrompeu. Nos dias de Eli, seus filhos Hofni e Finéas, sendo sacerdotes, profanaram a casa de Deus, desrespeito o culto, os adoradores e, sobretudo, a Deus. Vindo os filisteus para oprimir o povo de Israel, os israelitas sofreram humilhante derrota e morreram quatro mil homens nessa peleja. O povo mandou buscar a arca, imaginando que apenas a presença física desse objeto sagrado daria a eles a vitória. A derrota foi ainda mais extensa e profunda. Os filisteus mataram trinta mil israelitas, mataram os sacerdotes Hofni e Finéas, e ainda roubaram a arca. Os israelitas imaginaram que a arca era apenas um amuleto, e estando a arca com eles, venceriam a batalha independentemente da vida que estavam levando. A confiança em objetos sagrados, sem vida de santidade, não garante vitória. Mais tarde, o povo de Judá confiou no Templo de Jerusalém, apenas para continuar em seus pecados. O Templo foi destruído e o povo levado para o cativeiro.
Em terceiro lugar, a arca da aliança não podia ser profanada pelos pagãos. Os filisteus capturaram a arca, mas não subjugaram o Deus de Israel. Ao levarem a arca para o templo de Dagom, a imagem deste deus pagão foi humilhada e destruída diante da arca. Deus afligiu as cidades da Filistia com pragas. O povo foi acometido por tumores. Tiveram que devolver a arca para não serem dizimados pela ira de Deus. As coisas consagradas a Deus não podem ser profanadas impunemente. Mais tarde, o rei Belsazar profanou os vasos do Templo de Jerusalém numa festa pagã. Sua vida foi ceifada e o seu reino entregue nas mãos de outro império. De Deus não se zomba!
Em quarto lugar, a arca da aliança não podia ser transportada sem observar os princípios divinos. Depois que Davi transformou Jerusalém, a cidade dos amorreus, em capital de Israel, resolveu trazer a arca. Num cortejo cheio de pomba, com a multidão em festa e ao som de música, colocaram a arca num carro novo, puxado por bois. Esse transporte estava em flagrante desobediência à orientação divina. A consequência foi trágica. A alegria do cortejo foi interrompida pela morte de Uzá, pois o serviço que agrada a Deus não passa apenas por unanimidade e entusiasmo, mas, sobretudo, pela observância dos preceitos divinos. Não podemos adorar a Deus segundo as imaginações do nosso coração. O culto é prescrito por Deus e não temos a liberdade de mudar isso.
Em quinto lugar, a arca da aliança aponta para Cristo, o Deus Emanuel. A arca da aliança é um poderoso símbolo de Cristo. Ele é simbolizado não só pela arca de madeira revestida de ouro, onde a glória de Deus se derrama. Ele é, também, representado pelas tábuas da lei, uma vez que é o Verbo que se fez carne. É representado pelo vaso com maná, uma vez que é o Pão vivo que desceu do céu. É representado, outrossim, pela vara seca de Arão que floresceu, uma vez que morreu e ressuscitou. Ah, quantas preciosas lições aprendidas com a arca da aliança!
Rev. Hernandes Dias Lopes