Ainda se recuperando das consequências da pandemia do coronavírus, a China vive, segundo missionários, um despertar espiritual ainda maior.
No dia 31 de dezembro de 2019, na cidade mais populosa da China central, o Comitê de Higiene e Saúde da cidade de Wuhan anunciou publicamente que havia registrado 27 novos casos de um “tipo incomum de pneumonia”. Já em 20 de janeiro de 2020, os hospitais de Wuhan estavam sobrecarregados com centenas de pacientes todos os dias, cada um mostrando sintomas do novo coronavírus (Covid-19).
Nesse mesmo dia, o professor Nanshan Zhong (um pneumologista do sul da China e a eventual face da luta da China contra o vírus) confirmou na mídia que o vírus poderia se espalhar de humano para humano e era altamente contagioso. Três dias depois, a cidade de Wuhan foi trancada em 23 de janeiro. Até o momento, a China registrou oficialmente mais de 82.000 casos de coronavírus e quase 5.000 mortes relacionadas ao vírus (embora os especialistas acreditem que os números reais sejam muito maiores).
Agora o país está se abrindo novamente, embora todos os edifícios de igrejas permaneçam fechados. Quase cinco meses desde que os primeiros casos foram relatados no final de dezembro, o que está acontecendo na China agora e o que se pode tirar de lição da reação da Igreja na China a essa experiência impactante?
A equipe da Missão Portas Abertas na China respondeu a algumas enviadas dos EUA, fornecendo uma visão detalhada da vida no país e da situação mais atualizada da Igreja chinesa.
Ao abordar o contexto espiritual da China na entrevista, missionários que não tiveram seus nomes revelados informaram que a fome espiritual dos cristãos locais só tem aumentado.
“Os cristãos que conseguem se conectar online estão fazendo muito mais isso regularmente do que antes. Antes da pandemia, era bastante normal os cristãos chineses permanecerem conectados uns com os outros e se encorajarem espiritualmente nas mídias sociais chinesas, e até ouvirem sermões e participarem de aulas bíblicas on-line”, explicou um dos missionários.
“No geral, durante o confinamento, crentes de muitas comunidades cristãs de todo o país aderiram aos cultos online, ouviram / assistiram sermões on-line, oraram e usaram a Palavra de Deus para encorajar um ao outro on-line em maior número do que o habitual. A fome e o crescimento espiritual são notáveis”, acrescentou.
Crescimento online
Quando questionados sobre a situação das igrejas, os missionários destacaram que mesmo com os cultos presenciais proibidos, isso só aumentou a frequência das reuniões / cultos online.
“As igrejas em todo o país pararam principalmente os cultos presenciais, mas muitas começaram a usar plataformas on-line para conectar, orar e estudar a Bíblia juntas. Por mais triste que seja essa pandemia, a vida na igreja foi incentivada à medida que os fiéis se reunam online regularmente para cuidar uns dos outros e servir suas comunidades”, contou um deles.
“Algumas igrejas locais se uniram para montar plataformas de oração. Eles incentivam os fiéis a orarem com mais fervor pelas suas comunidades, cidades e governo locais. Um pastor de Wuhan nos disse que os mais de 15 grupos de células em sua igreja costumavam se reunir uma vez por semana, mas durante a pandemia, todos se encontravam diariamente online!”, destacou.
“Os pastores dessa igreja também estão pregando online todos os dias. Eles lideram uma reunião de oração de duas horas por semana e agora oferecem uma variedade de aulas bíblicas online. De fato, todas as reuniões nessa igreja de Wuhan estão sendo realizadas com mais frequência agora. O pastor disse que eles se sentem mais próximos do que nunca!”, lembrou.
O missionário ainda explicou que nas regiões onde as restrições estão diminuindo, os cristãos já estão se reunindo em pequenos grupos para orar e adorar juntos.
“Nas regiões onde as restrições diminuíram, os cristãos começaram a se reunir em pequenos grupos de quatro ou cinco pessoas para aproveitar a companhia um do outro, orar, cantar e ajudar um ao outro”, contou.
“Embora muitas igrejas tenham capacidade e motivação para realizar cultos e ter comunhão online, algumas igrejas pequenas optam por permanecer offline e manter um perfil discreto. É mais provável que eles conectem os crentes individualmente ou em pequenos grupos nas mídias sociais e se encontrem com alguns irmãos em áreas públicas quando a situação permitir”, acrescentou.
“Ouvimos relatos sobre o governo chinês ter tentado encerrar os cultos online ou limitá-los.
Muitas igrejas, como esta em Wuhan, foram instruídas a parar de realizar reuniões online várias vezes pelas autoridades locais. Mas, como ainda não podem se encontrar pessoalmente, e como as autoridades não têm os recursos agora para fazer isso, as reuniões continuam”, finalizou.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA PORTAS ABERTAS (EUA)