O EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS

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O EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS

Romanos 1.14-17

Meus irmãos “O evangelho segundo Paulo, anunciado na carta aos Romanos foi concebido na eternidade, anunciado por Deus na história, prometido pelos profetas, prefigurado nos sacrifícios judaicos, e plenamente cumprido em Cristo”.

O evangelho que Paulo pregou ou anunciou a igreja de Roma, foi o evangelho prometido pelos profetas do Antigo Testamento e revelado aos Apóstolo do Novo Testamento.

É bem conhecida a declaração de Aurélio Agostinho: “O NOVO TESTAMENTO ESTÁ OCULTO NO ANTIGO TESTAMENTO E O ANTIGO TESTAMENTO ESTÁ REVELADO NO NOVO”.

1-A NECESSIDADE DE PREGAR O EVANGELHO 1.14-15

Que testemunho: “Sou devedor! Estou pronto! Não me envergonho!” Por que Paulo sequer teria sido tentado a envergonhar-se do evangelho ao planejar sua viagem para Roma?

Em primeiro lugar, o evangelho era identificado com um carpinteiro judeu pobre que fora crucificado. Os romanos não cultivavam qualquer apreciação especial pelos judeus, e a crucificação era a forma de execução mais abjeta, reservada a criminosos. Por que deveriam crer num judeu que havia sido crucificado? Roma era uma cidade altiva, e o evangelho vinha de Jerusalém, a capital de uma das nações minúsculas que Roma havia conquistado. Os cristãos daquela época não faziam parte da elite da sociedade; eram pessoas comuns e, até mesmo, escravos. Roma teve muitos grandes filósofos e filosofias; por que dar atenção a uma fábula sobre um judeu que ressuscitou dentre os mortos? (1 Co 1:18-25). Os cristãos consideravam-se irmãos e irmãs, todos membros de um só corpo em Cristo, o que ia contra todo o orgulho e dignidade dos romanos. É quase cômico pensar que um judeu desconhecido, que vivia da confecção de tendas, planejasse ir a Roma pregar tal mensagem. Paulo não se envergonhava do evangelho.

Ele confiava em sua mensagem e nos deu várias razões por que não se envergonhava.

A ORIGEM DO EVANGELHO: é o evangelho de Cristo (v. 16a). Qualquer mensagem vinda de César chamava de imediato a atenção dos romanos. Mas a mensagem do evangelho vinha do Filho de Deus! Em sua frase de abertura, Paulo a chamou de “evangelho de Deus” (Rm 1:1). Como o apóstolo poderia envergonhar-se de tal mensagem, quando era vinda de Deus e tratava de seu Filho, Jesus Cristo? Quando eu cursava o ensino médio, fui escolhido para ser monitor da diretoria do colégio. Os outros monitores ficavam nos corredores da escola, mas eu tinha o privilégio de ficar à porta da diretoria. Fazia parte das minhas incumbências transmitir recados a professores e funcionários, e de vez em quando até a outras escolas. Era divertido entrar nas salas e interromper a aula! Nenhum professor me repreendia pela interrupção, pois todos sabiam que eu trazia recados do diretor. Não precisava ter medo nem vergonha, pois sabia de onde vinha a mensagem que eu transmitia.

2- O PODER DO EVANGELHO 1.16

Há os que se envergonham do evangelho, os que são a vergonha do evangelho e os que não se envergonham do evangelho.

  1. Não é o evangelho da prosperidade que tem sido anunciado por muitos pregadores em nosso país e no mundo.
  2. Não está centralizado em milagres e prodígios. O singular evangelho da graça leva-nos a crer e confiar no Senhor quer Ele venha operar um milagre ou não. Assim como os amigos de Daniel responderam a Nabucodonosor, nós também podemos afirmar: “Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. 18 Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste”(Dn3.16,17.
  3. Não é o descompromisso com o senhorio com Cristo. Hoje temos vistos muitas pessoas que entram para a igreja que não nasceram de novo. Elas fazem parte da igreja da terra mas não da igreja do céu.Querem desfrutar das bênçãos de Deus, mas não querem ter uma vida de compromisso, submissão e obediência ao Senhor.

 São pessoas que aderiram a igreja mas não se convertaram a Cristo. São filhos de crentes mas, não filhos de Deus. Foram batizados com águas mas não com o Espírito. Professam o nome de Cristo com os seus lábios, mas o negam com suas obras. Chamam Jesus de Salvador, mas não obedecem como Senhor. São pessoas que frequentam a igreja mas não mudam de vida. Professam uma coisa, mas praticam outra.

 Hoje temos visto muita adesão e pouca conversão. Muito ajuntamento e pouco quebrantamento. Muito barulho carnal e pouco choro pelo pecado.

A OPERAÇÃO DO EVANGELHO: é o poder de Deus (v. 16b). Por que se envergonhar do poder? Essa era a coisa da qual Roma mais se orgulhava. A Grécia tinha a filosofia, mas Roma tinha poder. O temor de Roma pairava sobre o império como uma nuvem. Afinal, não eram conquistadores? Não havia legiões romanas postadas ao longo de todo o mundo conhecido? Mas, com todo seu poderio militar, Roma ainda era uma nação fraca. O filósofo Sêneca chamou a cidade de Roma de “fossa de iniqüidade”, e o escritor Juvenal chamou-a de “esgoto imundo, inundado pelas escórias do império”. Não é de se admirar que Paulo não se envergonhasse: levaria à cidade corrompida de Roma a única mensagem com poder para transformar a vida dos seres humanos! O apóstolo vira o evangelho operando em cidades perversas como Corinto e Éfeso e estava convicto de que também agiria em Roma. O evangelho transformara a própria vida dele, e Paulo sabia que as boas novas eram capazes de transformar a vida de outros. Havia um terceiro motivo pelo qual Paulo não se envergonhava.

O efeito do evangelho: é o poder de Deus para a salvação (v. 16c). A palavra “salvação” era extremamente significativa no tempo de Paulo. Seu sentido principal era “livramento” e se aplicava ao livramento pessoal e nacional. O imperador era considerado um salvador, como também o era um médico que curava alguém de uma enfermidade. O evangelho livra os pecadores do castigo e do poder do pecado. A “salvação” é um dos temas centrais desta epístola e é a grande necessidade da raça humana (ver Rm 10:1, 9, 10). A única maneira de homens e mulheres serem salvos é pela fé em Jesus Cristo, conforme é proclamado no evangelho.

3- A EFICÁCIA DO EVANGELHO 1.17

O alcance do evangelho: *todo aquele que crê” (w. 16d, 17). Não se tratava de uma mensagem exclusiva apenas para judeus ou para gentios; era para todas as pessoas, pois todas as pessoas precisam ser salvas. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” – essa foi a comissão dada por Cristo (Mc 16:15). A expressão “primeiro do judeu” não dá a entender que o judeu é melhor que o gentio, pois não há diferença alguma entre um e outro, nem na condenação e nem na salvação (Rm 2:6-11; 10:913). O evangelho foi transmitido “primeiro ao judeu” no ministério de Jesus Cristo (Mt 10:5-7) e dos apóstolos (At 3:26). Como é maravilhoso ter uma mensagem de poder, apropriada para ser levada a todas as pessoas! Deus não pede que as pessoas se comportem bem a fim de ser salvas, mas sim que creiam. É a fé em Cristo que salva o pecador. A vida eterna em Cristo é a única dádiva perfeita para todas as pessoas, quaisquer que sejam suas necessidades ou sua situação na vida. Romanos 1:17 é o versículo-chave da epístola. Nele, Paulo anuncia o tema: “a justiça de Deus”. O termo “justiça” (e variações como justo, justificação e justificado) é usado mais de 60 vezes nesta carta. A justiça de Deus é revelada no evangelho, pois, pela morte de Cristo, Deus revelou sua justiça ao punir o pecado e, na ressurreição de Cristo, revelou sua justiça ao oferecer a salvação ao pecador que crer. O dilema: “como é possível um Deus santo perdoar pecadores e, ainda assim, permanecer santo?”, é solucionado no evangelho. Pela morte de Jesus Cristo, Deus pode ser “justo e o justifi- cador” (Rm 3:26). O evangelho revela uma justificação pela fé. No Antigo Testamento, a justificação dava-se pelas obras, mas o pecador logo descobria que não era capaz de obedecer à Lei de Deus nem de preencher todos os requisitos justos. Aqui, Paulo faz referência a Habacuque 2:4: “mas o justo viverá pela sua fé”. Esse versículo é citado três vezes no Novo Testamento: Romanos 1:1 7; Gála- tas 3:11 e Hebreus 10:38: Romanos explica “o justo”; Gálatas explica “viverá” e Hebreus explica “pela fé”. Encontramos mais de 60 referências à fé ou à incredulidade em Romanos. Ao estudar Romanos, entramos em um tribunal. Primeiro, Paulo chama judeus e gentios a depor e os declara culpados diante de Deus. Em seguida, explica o plano maravilhoso de salvação que Deus oferece – a justificação pela fé. Nesse ponto, refuta seus acusadores e defende a salvação divina. “Esse plano de salvação será um incentivo para as pessoas pecarem!”, exclamam os acusadores. “É contrário à Lei de Deus!”. Mas Paulo contesta essas declarações e, ao fazê- lo, explica de que maneira o cristão pode ter vitória, liberdade e segurança. Os capítulos 9 a 11 não constituem uma digressão. Havia cristãos judeus nas congregações romanas e seria natural perguntarem: “E quanto a Israel? Qual é a relação entre a justiça de Deus e Israel nessa nova era da Igreja?” Nesses três capítulos, Paulo apresenta um relato completo da história passada, presente e futura de Israel. Conclui, então, com uma conseqüência prática da justificação de Deus na vida do cristão. Inicia com a dedicação a Deus (Rm 12:1, 2), tem continuidade com o ministério na igreja (Rm 12:3-21) e, depois, com a obediência ao governo (Rm 13:1-14). Também diz a judeus e gentios, fortes e fracos, como viver em harmonia e com alegria. Na última seção (Rm 15:14 – 16:27), explica seus planos e saúda seus amigos.

Em resumo, a Epístola aos Romanos diz que devemos colocar tudo em ordem – com Deus, conosco mesmos e com os outros. A justiça de Deus recebida pela fé permite que vivamos corretamente. Essa era a mensagem que Roma precisava ouvir naqueles dias e que nós precisamos ouvir hoje.

AC. Eli Vieira

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Pastor Eli Vieira é casado com Maria Goretti e pai de Eli Neto. Responsável pelo site Agreste Presbiteriano, Bacharel em Teologia, Pós-Graduado em Missiologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte, Recife-PE e cursando Psicologia na UNINASSAU. Exerce o seu ministério pastoral na Igreja Presbiteriana do Brasil desde o ano 1997 ajudando as pessoas a encontrarem esperança e salvação por meio de Jesus Cristo. Desde a sua infância serve ao Senhor, sendo educado por seus pais aos pés do Senhor Jesus que me libertou e salvou para sua honra e glória.

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