Marcha pela Vida. (Foto: Reprodução/Christian Concern)
“Estamos falando em nome daqueles que não conseguiram viver e não tiveram seu primeiro suspiro”, disse Andrea Williams que participou da Marcha pela Vida.
No dia 27 de outubro, a Lei do Aborto de 1967 do Reino Unido completou 55 anos. Na ocasião, um grande grupo pró-vida se reuniu para lamentar as 10 milhões de vidas perdidas durante esse período.
O grupo ocupou todo o perímetro da Praça do Parlamento em silêncio, na presença de políticos e jornalistas que se envolveram no ato para fazer perguntas. Apesar da solenidade da ocasião, foi uma visão encorajadora.
Andrea Williams, executiva-chefe do Christian Concern — uma organização cristã — também esteve presente e comentou: “Estou aqui porque sou apaixonadamente pró-vida. Aqui estamos nós, de pé na Praça do Parlamento, e estamos falando em nome daqueles que não conseguiram viver e não tiveram seu primeiro suspiro”.
‘10 milhões é demais’
Andrea refletiu sobre as “10 milhões de pessoas que não puderam viver” desde a aprovação da Lei de Aborto. “É muito mais gente do que posso ver nesta praça hoje; 10 milhões é quase toda a população da Grande Londres e duas vezes a população da Escócia”, observou.
“Não sei se podemos sequer começar a imaginar sobre o que significa esse número. 10 milhões é demais”, lamentou.
“Queremos ver o fim dessa matança intencional de nossos filhos ainda não nascidos. Isso é o que nossa humanidade comum exige, é o que Deus exige. Porque Deus diz que você e eu, e todos que vejo, são preciosos aos seus olhos e dignos de sua proteção. Vamos trabalhar para isso”, ela encorajou.
Marcha pela Vida
A “Marcha pela Vida” que organizou o “dia da lembrança” é um evento que ocorre na Inglaterra desde 2012, com o objetivo de acabar com o aborto e proteger as mulheres que enfrentam momentos de crise na gravidez.
Isabel Vaughan-Spruce, co-diretora do movimento Marcha pela Vida, disse que várias pessoas testemunham todos os anos sobre as consequências do aborto.
“As mulheres que ficaram feridas, os homens que perderam seus filhos para o aborto, os avós e a família em geral. Estamos aqui para garantir que esta ocasião não passe despercebida. Esses 10 milhões merecem ser lembrados”, disse Isabel.
Além disso, ela enfatizou sobre as mulheres que ainda não tiveram voz para contar o que aconteceu com elas: “Merecem ser notadas e estamos aqui hoje para ser uma voz para elas também”.
“O aborto está sendo vendido como ‘saúde’ para as mulheres”
No Reino Unido, nos últimos 55 anos, a taxa de aborto tem aumentado e o procedimento tem sido facilitado.
“No ano passado, 88% dos abortos foram medicamentosos. E sabemos que 1 em cada 17 dá errado e as mulheres acabam indo para o hospital com complicações”, apontou Isabel.
“No entanto, o aborto está sendo vendido como ‘saúde’ para as mulheres. Mas, fica claro que não há nenhuma preocupação com a saúde da mulher, nem física e nem emocional”, continuou.
Ela também lembra que agora as mulheres podem fazer abortos em sua própria casa. “Isso mostra ainda mais o descaso com a saúde da mulher. Elas estão fazendo abortos sem ter feito um exame, sem sequer ter uma consulta presencial”, disse.
Isabel também mencionou que essas mulheres que fazem o aborto em casa são obrigadas a se desfazer do próprio filho depois: “É até difícil colocar isso em palavras”.
‘Aborto não é assistência à saúde’
Calvin Robinson, jornalista da GB News, falou sobre como o assunto sobre o aborto precisa ser abordado nacionalmente: “Nada importa mais do que a santidade da vida”.
Ele explica que as pessoas pró-aborto lutaram para legalizar o procedimento, alegando casos de estupro, incesto e proteção à vida da mãe. “Mas o aborto não é feito só nessas circunstâncias extremas”, protestou.
Ele aponta para o aumento do número de abortos depois da aprovação da lei. “São 200 mil todos os anos. As pessoas estão recorrendo ao aborto e chamando isso de ‘assistência à saúde’, como se fosse um contraceptivo, quando na verdade é um crime moral absoluto matar um feto por conveniência”, continuou.
O jornalista lembrou também do impacto que isso tem nas mulheres, deixando traumas para o resto de suas vidas.
‘Seu corpo, sua escolha?’
Sobre o lema tão reforçado pelos defensores do aborto: “Meu corpo, minha escolha”, Calvin retrucou: “Mas não é o seu corpo, é o corpo que você está protegendo, é o corpo dentro de você. É o corpo pelo qual todos devemos falar, porque esse corpo não tem voz própria”.
“Mesmo que fosse apenas um, importaria. 10 milhões é um número difícil de conceber. São 10 milhões de vidas que não estão aqui porque as pessoas fizeram escolhas que não precisavam fazer. E acho que se o aborto é a resposta, estamos fazendo as perguntas erradas”, refletiu.
‘Emocionalmente é muito difícil’
“Temos que ser honestos sobre o que realmente está acontecendo aqui e não usar linguagem floreada. É um horror. Precisamos parar isso e aqueles no parlamento parecem não estar fazendo nada sobre isso, na verdade, eles estão piorando”, disse David Kurten, ex-membro da Assembleia de Londres.
Natalia, que agora trabalha com o grupo pró-vida Abortion Resistance, falou de suas próprias experiências: “Estou aqui em nome do meu próprio filho que morreu em decorrência do aborto que fiz em 2020”.
“O aborto é muito difícil, emocionalmente é muito difícil. Eu acho que muitas pessoas simplesmente se fecham emocionalmente, e então isso começa a afetá-las mais tarde na vida. Felizmente, no meu caso, consegui lidar com isso ao iniciar essa jornada de cura”, ela concluiu.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN CONCERN