O livro mais lido no mundo, depois da Bíblia, é O PEREGRINO, de John Bunyan. É uma alegoria que retrata a caminhada do cristão que está rumando para a cidade celestial. Há lutas nessa caminhada, até desesperadoras, contudo há uma direção contínua, como bússola, para que jamais se desvie do caminho.
John Bunyan foi um escritor e pregador inglês, nascido em Elstow, em 1628 e que veio a falecer em 1688. Nasceu em um lar extremamente pobre, todavia seus pais lutaram pela educação escolar básica dele. Seus pais eram anglicanos, mas Bunyan, ao ler obras ligadas aos Puritanos, tornou-se um não conformista ou separatista da igreja oficial. Tornou-se um puritano.
Seu pai era funileiro e ele seguiu essa profissão. Não teve escolaridade alta, todavia era possuidor de uma mente muito criativa. Ele experimentou muitos sonhos com intensos pesadelos em sua infância, e isso lhe fez crescer com medo e com um sentimento forte de que era um grande pecador, inclusive entendendo que tinha pecado não perdoável. Esse sentimento lhe acompanhou até que entendeu as doutrinas da graça, por influência das Escrituras e da literatura puritana.
Em 1644 uma série de infortúnios separou aquele menino do campo de sua família e o deixou abandonado mundo afora. Sua mãe faleceu em junho; sua irmã mais nova em julho; em agosto seu pai se casou pela terceira vez. Uma guerra civil estourou na Inglaterra, e em novembro daquele ano foi forçado pelo parlamento a compor uma guarnição em Newpor Pagnell. Dois anos depois (1649), casou-se e viveu apenas seis anos com sua esposa porque ela veio a falecer. Mudou-se de Elstow para Bedford, quando se casou pela segunda vez. Filiou-se à Igreja Batista de Bedford, e se tornou diácono. Começou a pregar as Escrituras, o que era proibido como separatista da Igreja Anglicana.
Os anos de 1655 a 1660 foram marcados por fortes debates com os líderes dos Quakers, grupo religioso da Inglaterra com várias heresias a respeito da experiência com Deus, com respeito à Palavra de Deus e à qualquer credo e organização eclesiástica. Ele publicou várias obras em defesa da fé reformada. Em 1658, Bunyan foi processado por pregar sem uma licença. Não obstante, ele continuou a pregar e não sofreu um aprisionamento até novembro de 1660, quando foi levado à cadeia municipal de Silver Street, Bedford. Ali ele ficou detido por três meses, mas, por se recusar a se conformar ou desistir de pregar, seu encarceramento foi estendido por um período de aproximadamente 12 anos (com exceção de algumas poucas semanas em 1666).
Em janeiro de 1672, Carlos II emitiu uma declaração de Indulgência Religiosa. Pegou depois mais 6 meses de prisão pelo fato de a indulgência promulgada por Carlos II ter sido anulada. Havia se tornado pastor da Igreja Batista de Bedford e, por se tornar tão popular, ninguém mais ousou molestá-lo. Bunyan é conhecido na história por ter sido um pregador extremamente fervoroso e por ter escrito várias obras, mais de 60 livros. Deram-lhe o apelido de Bispo Bunyan, o que revela a força de sua pregação. As obras de maior impacto foram O Peregrino, A Guerra Santa e Abundante Graça, escritos na prisão de Bedford. Ele testifica que na prisão pôde se adentrar à Palavra e conhece-la profundamente. “Abundante Graça” é sua autobiografia, e relata as profundas transformações operadas por Deus naquele tempo.
As pérolas vêm das ostras que surgem nos atóis, por meio de grande sofrimento. Nesse processo, a ostra produz uma substância muito rara, que forma essas grandes riquezas que enfeitam os colares e os anéis para o embelezamento das mulheres. John Bunyan é como uma pérola rara, produzida nos atóis das prisões e das provações, e que continua inspirando milhares de pessoas ao serviço e à obra do Senhor. É mais uma preciosidade de vida, como outras, que muito nos inspiram. Toda honra seja dada ao Senhor nosso Deus!
Rev. José João de Paula
John Bunyan – Uma Pérola no Atol da Prisão
RETIRO IP SEMEAR 2023