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Mais de 400 índios se converteram após ouvir o Evangelho pela primeira vez na Amazônia

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Índios cristãos

Os indígenas da tribo Yanomami, uma das mais numerosas da Amazônia, conheceram o Evangelho pela primeira vez de uma maneira inusitada. A história foi relatada pelo missionário norte-americano Larry Buckman, da organização Renew Outreach.

Em setembro de 2012, cinco jovens da tribo foram enviados por seus líderes para encontrar alguém na floresta amazônica que pudesse falar sobre o filho de Deus. “Por que eles decidiram caminhar dez dias em direção ao norte para encontrar alguém? Eles não tinham como saber que havia alguém lá. É claro que o Espírito Santo estava guiando eles”, contou Larry.

De acordo com o missionário, a comunidade Hakoma, pertencente à tribo Yanomami, era uma das mais violentas em toda a Amazônia. Embora houvesse alguns cristãos Yanomami, a área de Hakoma não havia sido alcançada. O Evangelho foi apresentado a eles pela primeira vez 55 anos antes, através dos missionários Bob e Steve.

Nos anos 1960, quando Bob e Steve visitaram Hakoma pela primeira vez, eles relataram que quase todas as pessoas estavam drogadas, tinham muco saindo de seus narizes e vomitavam. “À noite eles eram possuídos por demônios, espancavam suas esposas e abriam suas cabeças com porretes”, relatou Bob a Larry. “Eles quase nos mataram”.

Após a jornada de dez dias, os cinco indígenas chegaram ao rio Palimiú e entraram em uma vila onde dois cristãos brasileiros, Paulo e Betânia, estavam vivendo há 14 anos, aprendendo a língua e traduzindo o Novo Testamento.

Na ocasião, estava acontecendo uma celebração de batismos na igreja e sem querer os indígenas acabaram entrando na fila. Os cristãos logo perceberam que eles faziam parte da tribo violenta e ficaram com medo. Ainda assim, Paulo agiu com ousadia.

“Eu não perguntei se eles queriam Jesus; eu batizei os cinco junto com os outros”, contou Paulo. Ele e Betânia convidaram os indígenas para a casa deles e passaram as próximas cinco horas conversando.

Os homens explicaram a razão pela qual viajaram a tal distância. “Estamos cansados ​​de viver da maneira que sempre vivemos”, disseram a Paul e Bethany. “Nós estamos matando pessoas e nos drogando. Nós queremos viver uma vida diferente. Alguém nos contou sobre o Filho de Deus. Você sabe quem é?”

Paulo falou a eles sobre o Deus, Jesus e o Espírito Santo. “Vimos seus olhos brilharem de admiração sobre tudo o que dissemos”, disse Paulo, que continuou ensinando o Evangelho a eles por vários dias.

Quando estavam prestes a retornar para sua aldeia, os homens imploraram aos missionários brasileiros para que contassem a sua tribo sobre Jesus. No início de 2013, os dois começaram a planejar uma expedição para ir até a comunidade de Hakoma.

“Foi um tempo de muita oração buscando a direção de Deus”, observou Paulo.

Alguns meses depois, eles receberam notícias de que os membros da mesma tribo exterminaram uma aldeia inimiga e mataram cerca de 46 garimpeiros na região.

“Dezoito dias após esse massacre, em 9 de novembro de 2013, estávamos em um pequeno avião indo em busca desse povo”, contou Paulo. “Muitos nos disseram para não ir, dizendo ‘isso é suicídio’, ‘’eles são muito perigosos’”.

O grupo incluiu Paulo, Betânia e três outros cristãos yanomami que falavam diferentes idiomas. “Não sabíamos ao certo o que nos esperava; estávamos com muito medo, mas confiantes no cuidado de Deus”.

Quando perceberam que estavam no mesmo lugar em que os mineiros haviam sido mortos semanas antes, eles buscaram a Deus em oração.

“Quando levantamos nossas cabeças, vimos uma cena inacreditável. Estávamos cercados por homens, mulheres e crianças armados com arcos e flechas, zarabatanas e dardos envenenados, mas também rifles, cartuchos, relógios, tablets, celulares e roupas dos mineiros que mataram 18 dias antes”, relatou.

Paulo tirou uma foto rápida com sua câmera, mas esqueceu de desligar o flash. A multidão interpretou o flash como um sinal hostil e começou a caminhar em direção aos missionários com suas armas. “Eles miraram. Achei que nossa hora tinha chegado”, Paulo contou.

Então uma voz solitária gritou do meio da multidão. “Pare! Não os machuque. Eles são aqueles que disseram que existe um Criador”. O alerta veio dos cinco indígenas que Paulo batizou no ano anterior. “Vimos nos olhos deles a alegria com a nossa chegada”, observou Paulo.

Os cinco levaram os missionários para falar diante de uma multidão que estava esperando por eles. Na tarde de 9 de novembro de 2013, os missionários compartilharam a Palavra de Deus com os Yanomamis.

“Noite após noite, as pessoas estavam se arrependendo. As reuniões às vezes iam até as 5:00 da manhã. Isso aconteceu dia e noite. Eu respondi a tantas perguntas e no final tivemos outro batismo. Mais de 400 indígenas chegaram a Cristo”, celebrou Paulo.

Paulo e os outros líderes foram até um rio próximo e batizaram 162 novos cristãos e depois ministraram a Santa Ceia, usando “o beijú da mandioca e suco de açaí”.

Em novembro, a equipe começou a discutir a ideia de plantar uma igreja. Eles tinham muitos convertidos recém-batizados, mas poucos líderes maduros para orientá-los. “Precisávamos fazer alguma coisa, então escolhemos os cinco indígenas que eu havia batizado em 2012 como líderes na fé”, disse Paulo.

Em 2014, a equipe retornou à aldeia, levando Bíblias de áudio e um pequeno projetor com o filme “Jesus” ​​na língua Chamatari, que foi exibido para 18 aldeias em dez dias.

Três anos depois, o filme chegou a alcançar 4.600 pessoas em 21 aldeias remotas. “Eles relatam que agora há cristãos em todas as regiões, em lugares onde não podemos ir”, observou Betânia . “Os indígenas estão fazendo o que não podemos. Estamos vivendo um verdadeiro avivamento no coração da selva”.

O primeiro missionário que esteve entre na comunidade de Hakoma, Bob, está impressionado com o que viu. Ele e Steve foram convidados a ministrar a Santa Ceia aos novos cristãos, 55 anos depois de terem plantado as sementes do Evangelho.

“Esses caras antigos sacrificaram tudo e mereceram ver isso em suas vidas. É incrível ver como Deus transformou essa tribo e, de alguma forma, está protegendo aqueles queridos homens que se deslocam para levar o Evangelho”, afirmou Larry Buckman. “São 200 aldeias yanomami que conhecemos. Eles planejam levar o Evangelho a cada uma dessas 200”.

Fonte: Guia-me

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