CRISTO NÃO ESTÁ MORTO ELE ESTÁ VIVO
Mc 16.1-8
As melhores notícias que o mundo já ouviu vieram do túmulo vazio de Jesus que nos diz que Jesus ressuscitou, ele está vivo. Dewey Mulholland diz que sem a ressurreição, o evangelho teria terminado como “más notícias”. A história da Páscoa não termina com um funeral, mas, sim, com uma festa. O túmulo vazio de Cristo foi o berço da Igreja.
William Barclay diz que a melhor prova da ressurreição é a existência da Igreja. Nenhuma outra coisa poderia ter transformado homens e mulheres tristes e desesperados em pessoas radiantes de alegria e inflamadas de um novo valor.
Nós pregamos o Cristo que esteve morto e está vivo e não o Cristo que esteve vivo e está morto. Paul Beasley-Murray diz que sem a ressurreição de Jesus não haveria nem cristianismo nem Igreja, pois ela é o coração da nossa fé. O cristianismo é acima de tudo a religião da ressurreição. A Igreja é primariamente chamada a comunidade da ressurreição.
O texto em apreço tem várias lições importantes que vamos considerar.
1-UM PROFUNDO AMOR MANIFESTADO (16.1,2)
As mesmas mulheres que assistiram Jesus durante o seu ministério, que estiveram com Ele no Calvário e, que acompanharam o seu sepultamento, agora, nas primeiras horas do domingo vão ao seu túmulo para embalsamar o seu corpo. J. Vernon McGee diz que as mulheres foram as últimas a saírem do Calvário e as primeiras a chegarem no sepulcro.
Mesmo sabendo que José de Arimatéia e Nicodemos já haviam usado cerca de cem libras, ou seja, 45 quilos de unguentos, composto de mirra e aloés para ungir o corpo de Cristo (Jo 19.38-40), elas ainda querem manifestar a Jesus o seu pródigo amor. O gesto dessas mulheres pode ser comparado a alguém que hoje leve flores ao túmulo de uma pessoa querida.
Ernesto Trenchard menciona quatro experiências vividas pelas mulheres naquela manhã de Páscoa: um desejo (16.6), uma dificuldade (16.3), uma consolação (16.6) e uma comissão (16.7,8).
É digno observar que as mulheres vão ao sepulcro no primeiro dia da semana (16.2). Jesus levantou-se da morte no primeiro dia da semana (16.6). Ele derramou o seu Espírito no Pentecostes no primeiro dia da semana (At 2.1-4). No primeiro dia da semana a Igreja passou a reunir-se para a comunhão (At 20.7) e para fazer suas ofertas (1Co 16.2). João viu o Cristo glorificado na Ilha de Patmos no primeiro dia da semana (Ap 1.10).
O primeiro dia da semana tornou-se o dia da celebração do povo de Deus, a celebração da vitória sobre a morte.
2-UMA PREOCUPAÇÃO DESNECESSÁRIA (16.3,4)
As mulheres, enquanto caminham para o túmulo de Jesus, se desgastam com uma preocupação desnecessária: “Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?” De acordo com o manuscrito do Novo Testamento (Codex Bezae), era preciso a força de vinte homens para remover aquela pedra. Ernesto Trenchard afirma corretamente que o anjo não removeu a pedra para deixar o Senhor sair, mas para demonstrar que Ele já não estava mais no sepulcro. A porta foi removida não de fora para dentro, mas de dentro para fora.
A preocupação tem a capacidade de roubar nossas energias e tirar os nossos olhos do foco. As mulheres bem como os discípulos não discerniram as palavras de Jesus, quando este, várias vezes, falou sobre sua ressurreição. A falta de compreensão da Palavra de Deus gera em nós preocupação. Gastamos nossas forças pensando em problemas hipotéticos. Gememos sob os nossos minúsculos problemas quando, na verdade, tudo já está solucionado pelo Deus “que ressuscita os mortos”.
John Charles Ryle diz que uma grande parte da ansiedade que esmaga os cristãos procede de coisas que jamais acontecerão.
Meus irmãos, quando olhamos para este faro real no texto de Marcos(16.5-7). Destacamos três pontos importantes:
Em primeiro lugar, a pedra removida (16.4). A pedra removida deve ser considerada a porta do sepulcro removida. A casa da morte estava fortemente guardada por uma grande pedra e pelo sinete de Pilatos. A pedra foi removida e Cristo saiu vivo, vitorioso e triunfante. A pedra do túmulo foi removida e não meramente aberta. Não há mais porta para abrir. A morte foi vencida.
A pedra removida é um memorial da vitória de Cristo sobre a morte. Jesus arrancou o aguilhão da morte e triunfou sobre ela. O túmulo não é o fim da nossa existência. A morte não tem mais a última palavra. A cruz não é o fim da história. A sexta-feira da paixão não é o fim do drama. Cristo ressuscitou!
A pedra removida é o fundamento lançado sobre o qual erigimos a nossa vida. A ressurreição de Cristo é a pedra de esquina da fé cristã, a coluna mestra do cristianismo. Nosso redentor não está no túmulo. Você pode visitar o túmulo de Buda, Confúcio, Maomé e Alan Kardec, mas o túmulo de Jesus está vazio. O apóstolo Paulo diz que se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação; é vã a nossa fé. Então, somos tidos por falsas testemunhas de Deus e ainda permanecemos em nossos pecados; os que dormiram em Cristo pereceram e somos os mais infelizes de todos os homens (1Co 15.14-19).
Em segundo lugar, o testemunho angelical (16.5,6). O anjo vestido de branco está assentado ao lado direito do túmulo. Mateus nos informa que está assentado na própria pedra removida do túmulo. Enquanto os guardas estão desmaiados, o anjo está sobranceiro proclamando que Jesus não está mais no túmulo. O túmulo foi aberto de dentro para fora. Nenhum poder pôde deter o Filho de Deus (Sl 16.10). A ressurreição de Jesus é uma obra do próprio Deus Pai (At 3.15; 4.10; Rm 4.24; 8.11; 10.9; 1Co 6.14; 15.15; 2Co 4.14; 1Pe 1.21).
Em terceiro lugar, o túmulo vazio (16.6). Todos os quatro evangelistas concordam que as mulheres foram as primeiras a descobrirem o túmulo vazio e a receberem as boas-novas da ressurreição. A única mulher, entretanto que é comum nos quatro relatos é Maria Madalena. É importante frisar que não é nome que conta, mas o sexo, visto que naquele tempo o testemunho das mulheres não era aceito.
O anjo disse às mulheres: “Vede o lugar onde o tinham posto”. As mulheres entraram no túmulo e viram o lugar vazio (16.6). Mateus diz que Pedro ao ser informado sobre a ressurreição de Cristo correu ao sepulcro. E, abaixando-se, nada mais viu, senão os lençóis de linho; e retirou-se para casa, maravilhado do que havia acontecido (Lc 24.12). Os líderes judeus subornaram os soldados, dando-lhes altas somas de dinheiro para espalhar uma mentira, afirmando que os discípulos haviam roubado o corpo de Cristo (Mt 28.11-15). Ao mesmo tempo em que Jesus dá aos seus discípulos a grande comissão; Satanás, também, envia seus emissários para anunciar uma mentira. Onde um templo da verdade é levantado, Satanás constrói também uma sinagoga da mentira.
3-UMA MENSAGEM CONSOLADORA (16.7)
Três fatos merecem destaque aqui:
Em primeiro lugar, o Cristo ressurreto é o Deus da restauração (16.7). Os mesmos discípulos que prometeram fidelidade até à morte (14.31) e fugiram (14.50), são alvos do cuidado restaurador de Jesus (16.7). Ele como o bom, o grande e o supremo pastor busca as ovelhas desviadas para restaurá-las.
Mas há uma menção especial a Pedro. Isso, não porque Pedro fosse um discípulo mais importante do que os outros, mas porque Pedro deveria estar se sentindo excluído, por ter tido a queda mais vexatória. Nessa mesma linha de pensamento, Dewey Mulholland diz que Pedro é mencionado por nome, não como um ataque à sua pessoa ou indicando uma posição superior entre os apóstolos. Ele é mencionado para assegurar que ele não sofrerá discriminação alguma pela sua negação de Jesus.
A boa nova do túmulo vazio fala sobre um novo começo. Fala sobre perdão, esperança e restauração. Àqueles homens covardes e medrosos, Jesus os chama de irmãos (Jo 20.17). Àqueles que fugiram vergonhosamente, e possivelmente não se sentiam mais discípulos, o anjo reafirma que Jesus os considera como discípulos (16.7). Pedro que havia negado a Jesus com juramento e praguejamentos, agora, recebe uma menção especial (16.7). William Barclay chega a dizer que Jesus estava mais ansioso para consolar o pecador penitente do que castigar o pecado.
Em segundo lugar, o Cristo ressurreto é o Deus que vai à nossa frente (16.7). Não precisamos temer o futuro, porque aquele que morreu e venceu a morte por nós vai à nossa frente. O cristianismo não é apenas um corolário de doutrinas e dogmas, mas a pessoa bendita do Cristo ressurreto. O cristão não é aquele que apenas recita um credo, mas é aquele que segue uma pessoa. Como cristãos, pertencemos a um movimento e não apenas a uma instituição. Ser cristão é seguir as pegadas do Cristo ressurreto que vai à nossa frente. Ser cristão é estar a caminho. O cristianismo é a religião do Caminho e Cristo é esse caminho.
Jesus já havia dito aos seus discípulos que depois da sua ressurreição encontraria com eles na Galileia (14.28). Agora, confirma seu encontro na Galileia, onde eles viviam. Jesus se encontra conosco dentro da nossa rotina diária. Ele está presente com seu povo não apenas quando eles estão juntos em adoração, mas também quando estão dispersos na jornada da vida.
Em terceiro lugar, o Cristo ressurreto é aquele que nos enche de espanto e santo temor (16.8). Marcos apresenta a complexidade de emoções manifestadas pelas mulheres com: tromos (tremendo); ekstasis (atônitas); phobeo (temer) e exethambethesan (alarmadas). Temor e assombro tomaram conta das mulheres após receberem a mensagem angelical.
Aquelas que amavam a Jesus e que estavam preparadas para dar o seu melhor para Ele, não esperavam o milagre da ressurreição naquela manhã da Páscoa. Por isso, como os discípulos no Jardim do Getsêmani, elas fugiram do sepulcro. Inicialmente, elas nada disseram a ninguém por causa do medo que as dominou. Porém, o silêncio delas não foi permanente. Imediatamente, após o espanto, elas com grande alegria correram para comunicar a mensagem da ressurreição aos discípulos (Mt 28.8). Lucas registra: “E, voltando do túmulo, anunciaram todas estas cousas aos onze e a todos os mais que com eles estavam” (Lc 24.9). Essas mulheres foram as grandes heroínas no relato dos quatro evangelistas. Enquanto os discípulos de Cristo se escondem, elas se manifestam. Enquanto eles fogem, elas aparecem. Enquanto eles estão trancados entre quatro paredes, elas estão subindo o Gólgota, descendo à tumba, vendo anjos, contemplando o Cristo ressurreto e correndo para anunciá-lo. O amor e a devoção dessas mulheres devem nos estimular, diz Paul Beasley-Murray. (Adaptado do CHDL).
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