Daniel 6.4
Policarpo presbítero de Esmirna era um servo fiel ao Senhor. Ao ser preso por causa da sua fé, tentaram convencê-lo dizendo: ora que mal há em dizer: “Senhor César” e sacrificar aos deuses como de costume, se assim salvas a tua vida? Ele respondeu não hei de fazer como me aconselhais.
Levaram Policarpo para o estádio. Na presença do juiz, foi exortado abandonar sua fé em Jesus, que jurasse pelo imperador. Ele respondeu: “faz oitenta e seis anos que sirvo ao Senhor e nenhum mal me fez, como hei de negar ao Senhor que me salvou”. Em seu diálogo com o juiz, foi ameaçado primeiro com as feras, e depois ser queimado vivo, ele respondeu: “o fogo que o juiz poderia acender demoraria pouco, e se apagaria, mas o castigo do inferno era eterno”. Ante a sua firmeza e fidelidade a Deus, ele foi condenado a fogueira. No meio ao fogo que começava a devorá-lo, orou agradecendo o privilégio de ser contado entre os mártires por amor a Cristo e por fidelidade ao seu ao seu Senhor e Salvador.
O profeta Daniel foi um homem fiel a Deus, não obstante as circunstâncias adversas que enfrentou. Ele foi arrancado da sua terra ainda jovem, perdeu sua família, sua cidade, seu país. Seu passado foi marcado por dores, mas ao chegar na Babilônia não abandonou a sua fé no Senhor dos Exércitos, mesmo diante um presente de oportunidades, ele continuou sendo fiel a Deus. Por que Daniel foi um homem fiel a Deus?
1-PORQUE ELE ESTAVA FIRMADO NA PALAVRA DE DEUS (Dn 6.5) – O povo de Judá, depois da morte do rei Josias, passara a viver como se nunca tivesse ouvido falar de Deus. Os falsos profetas confundiram a mente do povo, os sacerdotes não tinham compromisso com o Senhor e sua Palavra, a nação foi invadida pela idolatria, injustiça, feitiçaria, corrupção, etc. Como consequência da decadência espiritual, foram levados para o cativeiro, conforme Deus tinha falado através do profeta Jeremias.
Muitos judeus se voltaram para Deus em meio ao caos da derrota, da tristeza e deportação para a Babilônio. Veja o exemplo de Daniel, na Babilônia, ele fundamentou a sua vida na Lei do Senhor Dn 6.5,9. Foi com a sua vida firmada na Palavra de Deus que Daniel mesmo no cativeiro fez diferença. Ele poderia ter se conformado ao mundo babilônico, pois ali foi promovido e passou a assistir diante do rei(Dn 1.19-21), foi um dos presidentes nomeado por Dario (Dn 6.1.2), não obstante o seu presente de oportunidades, ele continuou sendo fiel a Deus.
Como cristão, se queremos fazer diferença hoje, precisamos fundamentar a nossa conduta na Palavra viva e eficaz, porque só na Bíblia nós encontramos “todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para glória dEle, para salvação, fé e vida do homem…”(Confissão de Fé de Westminster).
2- PORQUE ELE ERA UM HOMEM DE ORAÇÃO (Dn 6.10,11,13; 9.3-19) – A oração fazia parte da vida de Daniel, sua intimidade com Deus era conhecida por aqueles que não conheciam a Deus. Quando aqueles homens invejosos procuraram atingir Daniel, eles fizeram o rei assinar um decreto que proibia qualquer homem fazer petição a outro deus senão ao imperador Dn 6.4-7. O objetivo deles era atingir Daniel, porque eles conheciam a vida de oração de Daniel.
Os reformadores foram homens de oração, para Calvino a “oração é o principal exercício da fé mediante o qual recebemos diariamente os benefícios de Deus”. O grande pregador ao ar livre George Whitefield, ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Este homem lutava com Deus em oração dizendo: “Se não queres dá-me almas, retira a minha!” A oração é a própria marca dos cristãos ( I Tm 5.5; At 2.42), como disse J. C. Ryle “o habito da oração é uma das características comum aos eleitos de Deus”.
Nos dias atuais, muitos cristãos não estão buscando a face do Senhor. A nossa maior necessidade hoje é vivermos na presença de Deus. Se queremos ser diferentes e testemunhas de Cristo nesta Babilônia, precisamos buscar, depender e viver na presença do Senhor, que ouve e responde as nossas orações.
3-PORQUE ELE CONHECIA DEUS (Dn 6.23) – A confiança de Daniel, era resultante do seu conhecimento do Deus vivo, que age e intervém na história do homem, mesmo sendo transcendente, ele é imanente, onisciente, onipresente e onipotente, por isso contemplamos a sua coragem ao resistir as petulantes tentações, principalmente nos cargos que ocupou. Ele não deixou de testemunhar que existia um Deus soberano que dirige e sustenta o mundo e controla todas as coisas(Dn 2.20ss; 5.17ss; 6.20).
A vida de Daniel não foi fácil, foi marcada por lutas e vitórias. Como disse o ex-presidente americano Theodore Roosevelt: ”nunca houve um homem que viveu de maneira fácil e cujo nome seja digno de ser relembrado”. Deus estava sustentando o seu servo em cada momento de sua vida, mesmos nos momentos mais desafiadores. Daniel mesmo diante das adversidades da vida não se conformou com o mundo, não se preocupou com o seu cargo, com o seu status, antes preferiu ser fiel, ser jogado na cova dos leões, mas não abandonou a sua confiança em Deus (Dn 6.16-23).
Hoje somos desafiados a seguirmos o exemplo de Daniel, não importa as circunstâncias que tenhamos passado ou estejamos vivendo no presente, Deus nos chamou para sermos servos fieis. Portanto, você precisa se entregar a Deus e confiar nEle independente das circunstâncias, na certeza que Deus proverá, ele está no controle da minha e da tua vida. Deus é Soberano, você foi chamado para honra e glória dEle independente das circunstâncias, quer venhamos viver ou morrer, nós não podemos nos conformar com o mundo, mas obedecer a Deus. Somente a glória de Deus.
Pr. Eli Vieira